Laiane Cruz e Ed Santos
Após 35 horas, terminou na noite deste domingo (28), no auditório do Sesi, no bairro Jardim Cruzeiro, o I Hackaton de Feira de Santana, evento voltado para a criação de soluções tecnológicas, que teve como tema a Segurança Pública no município. 61 participantes desenvolveram aplicativos para a área da segurança, mas apenas três equipes foram premiadas.
A equipe vencedora, Temet, propôs um dispositivo monitorado via satélite para mulheres com medida protetiva da Justiça e foi premiada com aparelhos celulares. A segunda colocada, Ragatanga, que propôs um aplicativo para identificar furtos e roubos de veículos, foi contemplada com bicicletas, e a terceira equipe, Coders, que criou um sistema para troca de informações entre a polícia, foi premiada com cursos do Sebrae.
A comissão julgadora do I Hackaton foi formada pelo jornalista Glauco Wanderley, o presidente da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs), Marcelo Alexandrino, o professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) Angêlo Lola, e o analista do Sebrae Eduardo Simas.
A primeira colocada na maratona, a equipe Temet, formada pelos competidores Isis Araújo, David Meth, Wesley Ribeiro e Rafael Marcelino, teve como foco soluções para diminuir os casos de violência contra a mulher e feminicídios na cidade.
“Nós apresentamos o enfrentamento à violência contra as mulheres, a partir de um dispositivo para poder reduzir os casos de violência contra a mulher e a reincidência nos casos de feminicídio. É um dispositivo do tamanho de um alarme de carro, que custa em torno de 5 dólares. Saindo da fábrica, vai custar menos de 12 reais para o poder público. Ele será monitorado via satélite por uma empresa de comunicações pelo método GSM, vai ser licitado, e a vítima vai acionar ele de qualquer lugar”, explicou Isis Ribeiro, participante da Temet.
De acordo com ela, a equipe é de Salvador e veio para o Hackaton em Feira com o objetivo de conhecer o evento e proporcionar um avanço para a cidade. “Escolhemos esse tema porque temos facilidade de discorrer. Eu já vivencio essa temática em Salvador e trabalho com isso. O protótipo desenvolvemos em cinco horas e os ajustes e a tela finalizamos pela manhã”.
Para o prefeito em exercício, Colbert Martins, a perspectiva em torno do Hackaton foi grande. Ele aposta em bons resultados a partir das soluções criadas durante o evento.
“Foi o primeiro que nós fizemos, mas outras entidades em Feira já fizeram. Aqui poderá sair uma solução tecnológica para aplicarmos na Segurança Pública. O que vai sair é um protótipo, que tem que ser desenvolvido, para que a Fundação Egberto Costa avance no processo de desenvolvimento. A perspectiva é grande. Os exemplos que nós temos no mundo e no Brasil é que essas soluções acontecem. E estamos discutindo com a Fundação para saber como ela vai bancar a construção do aplicativo. Esses resultados sendo bons, vamos conversar sobre um novo projeto em abril”, afirmou Colbert.
O empresário Abcely Lima, membro da empresa Santana do Vale Ecossistemas, destacou que o Hackaton tem uma visibilidade do setor público e privado e das instituições. “Tenho certeza que vão sair soluções inteligentes para se possa utilizar no dia a dia das pessoas e também diversos profissionais que acabam se despertando. Os jovens são técnicos na área de design e desenvolvimento de softwares (programadores). São da nossa região, Lauro de Freitas e Salvador. Foram inscritos 63 e participaram 61 divididos em equipes”.
Segundo Abcely Lima, a ideia da empresa Santana Vale surgiu a partir de uma necessidade. Ele afirma que há diversas startups em Feira, que atuavam de forma isolada, e a empresa reuniu e mapeou essas empresas.
“A gente entende que nas grandes cidades hoje existe um sistema de inovação implantada, e a gente não tinha isso na nossa cidade. Então nos reunimos e começamos a fazer a nossa mobilização, contactando todos e mapeando, para que pudéssemos fazer treinamentos, workshops, e essa cultura de inovação em Feira”.
O investigador da Polícia Civil, Welmer Pimenta, que participou do evento representando o coordenador Roberto Leal, elogiou as apresentações e acredita que a partir da maratona vão ser gerados bons frutos para as polícias Civil, Rodoviária, Federal. “Alguns aplicativos necessitariam de implementações, mas abrimos a possibilidade de eles conhecerem a instituição da Polícia Civil e a partir disso criarem um aplicativo voltado para nossas necessidades”.
Para saber um pouco mais sobre a Temet basta acessar o site: www.temet.com.br