Acorda Cidade
A equipe multidisciplinar do Hospital Estadual da Criança (HEC) / Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (LABCMI) recebeu, na manhã de segunda-feira (13), um treinamento sobre violência doméstica, realizado por membros do Centro de Referência Maria Quitéria (CRMQ).
Por ser um tema de relevante importância e pelo fato de março ser o mês da mulher, a palestra foi aberta para outros colaboradores da unidade hospitalar, bem como para as acompanhantes de pacientes interessadas no assunto. A psicopedagoga Maria Luíza Coelho, coordenadora do CRMQ, frisou que as questões relacionadas à violência contra a mulher precisam de um olhar multidisciplinar.
"Aqui no HEC devem chegar muitos casos de acompanhantes de pacientes – sejam mães, tias, avós – que sofrem violência doméstica, e é muito importante que a equipe multidisciplinar da unidade, principalmente assistentes sociais e psicólogas, perceba essas questões e nos comuniquem para que possamos acompanhar os casos, orientar as vítimas e encaminhá-las para a rede de atenção e proteção à mulher em situação de violência", explica a psicopedagoga.
Maria Luíza Coelho acrescenta: "Hoje, em Feira de Santana, a rede de atenção e proteção à mulher em situação de violência é composta pelo Centro de Referência, pela DEAM – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher -, pelo Ministério Público, pela Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, pela Polícia Militar e pela Ronda Maria da Penha. Vale ressaltar que existe ainda uma central de atendimento à mulher cujo número é 180".
A assistente social e coordenadora da equipe multiprofissional do HEC, Gilmara Lopes, revela que já ocorreram na unidade hospitalar alguns casos de mães que sofriam violência doméstica, e os mesmos foram devidamente identificados e encaminhados para a rede sócio-assistencial.
"Considero muito importante que esse treinamento ocorra para que possamos estar cada vez mais atualizados com o assunto e para que saibamos lidar com os possíveis casos que cheguem aqui de forma correta, a fim de que tratemos cada um de acordo com a sua especificidade”, declara Gilmara Lopes.
A assistente social pontua ainda que na unidade hospitalar houve um caso, em especial, em que a mãe possuía uma medida protetiva contra o pai do paciente internado. “A equipe multidisciplinar da unidade – composta por psicólogas, pedagoga e assistentes sociais – avaliou a medida e permitiu que a visita fosse feita à criança sem que a mãe tivesse contato com o pai", conta.
Sobre o CRMQ – O Centro de Referência Maria Quitéria, em Feira de Santana, disponibiliza para as mulheres vítimas de violência doméstica atendimentos psicológico, jurídico, social e pedagógico de forma individualizada, busca resgatar a autoestima e a dignidade da mulher através de palestras, oficinas e grupos, bem como realiza trabalhos pedagógicos com as crianças enquanto as mães são assistidas e oferece aulas de dança.