Feira de Santana

Em virtude da pandemia, tradicionais tapetes de Corpus Christi não serão confeccionados no centro da cidade

Conforme Dom Zanoni, a os tapetes de Corpus Christi representam a presença de Jesus, e na tradição sempre se manifestou a fé através da arte

Em virtude da pandemia, tradicionais tapetes de Corpus Christi não serão confeccionados no centro da cidade Em virtude da pandemia, tradicionais tapetes de Corpus Christi não serão confeccionados no centro da cidade Em virtude da pandemia, tradicionais tapetes de Corpus Christi não serão confeccionados no centro da cidade Em virtude da pandemia, tradicionais tapetes de Corpus Christi não serão confeccionados no centro da cidade

Laiane Cruz

Nesta quinta-feira (3) é celebrado o Dia de Corpus Christi. Em anos anteriores à pandemia, milhares de fiéis mantinham a tradição de confeccionar tapetes feitos com sal, café, serrado, pedrarias e corantes. Neste ano, por conta do período pandêmico e para evitar aglomerações, não haverá a confecção dos tradicionais tapetes de Corpus Christi, pelo segundo ano consecutivo, no centro da cidade. Cada paróquia ficará responsável pela confecção, respeitando os limites de distanciamento e as medidas de prevenção.

“A celebração de Corpus Christi é uma longa tradição, de mais de 400 anos. É uma celebração que vem logo depois da festa de Pentecostes e a Santíssima Trindade, em que a igreja celebra publicamente a Fé e a presença real de Jesus da Eucaristia. Na sua tradição e aqui também em Feira, o povo expressa esse carinho na confecção dos tapetes, então desde madrugada o povo vai se reunindo com arte, com beleza, com devoção e vai fazendo esses tapetes tão fortes, tão importantes, e que tem essa confecção tão bonita em nossa terra. Nós estamos enfrentando essa pandemia e que exige de nós posturas responsáveis e compreensão da realidade em que vivemos, de quase 500 mil pessoas mortas, e não há espaço para aglomerações, irresponsabilidades, celebrações com presença numerosa de pessoas”, explicou o arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade (Arquivo)

Ele destacou que a Igreja, desde o primeiro momento da pandemia, em diálogo com a sociedade e as autoridades sanitárias, tem cumprido os devidos protocolos, como o distanciamento físico, higienização com álcool gel e utilização de máscaras.

“Vamos celebrar o Corpus Christi com intensidade, mas sem se reunir massivamente. E como temos mais de mil comunidades na Arquidiocese de Feira, há possibilidade que cada um no seu local, junto com seus irmãos e irmãs, seus párocos e coordenadores, possa celebrar com dignidade. Como é um momento forte e está em plena sintonia com a ceia do Senhor, vamos celebrar em nossas comunidades”, salientou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade | Dom Zanone Castro

Simbologia dos tapetes

Conforme Dom Zanoni, a os tapetes de Corpus Christi representam a presença de Jesus, e na tradição sempre se manifestou a fé através da arte, da pintura, da poesia, a música, e essa expressão traz presente a divindade e se enfeitavam as ruas. Com a pandemia, os fiéis também tiveram que se reinventar e buscar novas maneiras de exercer a Fé.

“Estamos tentando e descobrindo formas novas de viver a Fé e celebrar os mistérios de Deus. Compreender que a vida humana deve ser respeitada e não cabe à igreja confundir de modo negacionista a Fé como se tivéssemos a obrigação de nos reunir de qualquer jeito. O momento é de rezar pelo nosso país, que está em crise, um dos momentos mais difíceis de desrespeito à vida, de falta de compreensão de como cuidar do corpo, a vacina que já devia ter chegado, e por incompetência não temos, por ideologias negacionistas. Eu creio que a igreja é chamada a rezar pelo país, por um novo tempo, uma nova realidade. Que Jesus, aquele que passou a vida fazendo o bem, nos ilumine pra que nós também nos empenhemos e cuidemos de cada homem, cada mulher e cada criança, e sejamos sal da terra”, declarou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade (Arquivo) | Última vez que tapetes foram confeccionados no centro da cidade foi em 2019

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade