Daniela Cardoso
O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) está realizando uma ação de saúde voltada para motoristas, principalmente para caminhoneiros. A ação começou nesta quarta-feira (22) e segue até a próxima sexta-feira (24) no posto da Polícia Rodoviária Federal na BR-116/Sul.
A coordenadora do Cerest, Verena Liberato, informou que vários órgãos estão envolvidos na ação. De acordo com ela, cerca de 15 profissionais estão atendendo aos motoristas que são convidados a participar.
“Com essa ação a gente traz serviços de saúde para prevenção a saúde dos motoristas, em vista ao Dia Mundial do Motorista, que é comemorado neste sábado (25). Estamos atendendo a demanda não só para os caminhoneiros, mas para qualquer motorista que passe por essa via”, destacou.
Verena Liberato informou que durante a ação é verificado se os motoristas, por não terem acesso aos serviços de saúde devido a rotina de trabalho, estão desenvolvendo doenças cardiovasculares.
“Devido ao estilo de vida, sedentarismo e alimentação, doenças cardiovasculares podem aparecer. Estamos dando uma orientação e verificando os sinais de alguma doença. Muitos alegam não ter tempo de procurar serviços de saúde, devido a rotina de trabalho. Identificando algum problema, nós já fazemos a triagem. O Cerest é parceiro do trabalhador, então damos o acolhimento, caso ele realmente não tenha mais condições de exercer o trabalho”, afirmou.
A coordenadora do Cerest lembrou ainda que, em casos de problemas de saúde, o motorista não traz riscos apenas para si próprio, mas para todos os motoristas.
“Existem casos do motorista sofrer um acidente por causa de um infarto, então existe o risco que ele causa para os outros que estão passando na via”, afirmou.
Hamilton Andrade, que é Inspetor da PRF, destacou a importância da ação. De acordo com ele, muitos condutores, sobretudo de veículos de carga, pela rotina do dia a dia, não tem tempo de ir ao médico.
“Essa ação serve como uma forma preventiva de avaliar o estado de saúde desses condutores. É uma profissão difícil, muito estressante, pois eles têm prazo para cumprir, muitos tomam medicação e isso prejudica a saúde. O reflexo que a gente ver é o aumento da violência no trânsito, com o aumento de acidentes graves”, observou.
O caminhoneiro José Carlos da Silva Pereira, 41 anos, confirmou que a profissão é estressante e que com a rotina de viajar por diversas cidades e com o prazo para a entrega das cargas, realmente fica difícil cuidar da saúde.
“É uma profissão muito cansativa, a gente não para. Existe a pressão por parte da empresa para a entrega da carga, mas às vezes é uma questão nossa de necessidade e a gente não folga”, disse.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade




