Arrastão da Micareta de Feira 2025 com Thiago Aquino e Timbalada
Foto: Beatriz Rosado/Acorda Cidade

Durante a entrega de cinco novos ônibus para a frota de Feira de Santana, na manhã desta quinta-feira (9), o prefeito José Ronaldo afirmou que não vê necessidade de antecipar discussões sobre o Arrastão com mais de um ano e meio de antecedência, especialmente em relação a um evento que ainda está se consolidando como tradição após a folia feirense.

Realizado por três anos consecutivos, o Arrastão tem gerado controvérsias após o anúncio da mudança de data da Micareta de Feira de 2026, que acontecerá pela primeira vez no mês de novembro, entre os dias 19 e 22. Surgiu a possibilidade de acabar com o Arrastão da segunda pela manhã, folia que ocorre após os dias oficiais da Micareta.

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José Ronaldo | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Isso será estudado com todo carinho, com toda responsabilidade. Isso, na hora certa. Eu não vejo por que, com um ano e meio de antecedência, já se está debatendo esse assunto. Primeiro, vamos organizar e planejar a Micareta com um ano de antecedência. Buscar pessoas que possam patrocinar. O que não pode é o município bancar 100% de uma festa, porque também existem outras prioridades na gestão”, afirmou o prefeito.

Atritos na Câmara Municipal

O tema também provocou um pequeno atrito na Câmara Municipal, onde vereadores da base do prefeito divergiram sobre o futuro do Arrastão. Lulinha, autor de um projeto de lei para oficializar o Arrastão no calendário festivo da cidade, se mostrou favorável à continuidade do evento. Já Edvaldo Lima afirmou ser “contra a festa na segunda”, ressaltando as dificuldades que a cidade e os foliões enfrentam com o encerramento tardio da folia. Por outro lado, José Carneiro demonstrou disposição para discutir o assunto com cautela, destacando a necessidade de diálogo com entidades de classe que alegam prejuízos com a manutenção do evento.

Em entrevista à imprensa, o prefeito comentou o atrito na Câmara e respondeu às perguntas sobre a polêmica em torno do Arrastão. “Se esse assunto foi abordado lá [na Câmara] com pureza de alma, justiça, palavra franca e sincera, eu não sei, porque eu não li, não tive tempo de ler. Meu trabalho é de 18 horas por dia”, declarou.

José Ronaldo também reforçou que a prioridade da gestão é garantir a realização de uma Micareta de sucesso e que o Arrastão, por ser um evento não oficial do município, “pode ser discutido em outro momento”. Segundo ele, na reunião realizada na terça-feira, ocasião em que anunciou as datas oficiais da Micareta, não foram apenas empresários que tocaram no assunto do Arrastão.

O prefeito ainda relembrou que, no último Arrastão, a Prefeitura não utilizou recursos públicos, e que os custos, incluindo a contratação de artistas, foram arcados pelo Governo do Estado.

“Não é uma discussão importante para se fazer antes de realizar uma grande Micareta. Primeiro, vamos trabalhar para fazer uma grande Micareta. O Arrastão é consequência, não é nada oficial do município. Inclusive, para que se faça justiça, eu não sei mentir, no último Arrastão, a Prefeitura não gastou um centavo sequer.”