Durante a entrega de cinco novos ônibus para a frota de Feira de Santana, na manhã desta quinta-feira (9), o prefeito José Ronaldo afirmou que não vê necessidade de antecipar discussões sobre o Arrastão com mais de um ano e meio de antecedência, especialmente em relação a um evento que ainda está se consolidando como tradição após a folia feirense.
Realizado por três anos consecutivos, o Arrastão tem gerado controvérsias após o anúncio da mudança de data da Micareta de Feira de 2026, que acontecerá pela primeira vez no mês de novembro, entre os dias 19 e 22. Surgiu a possibilidade de acabar com o Arrastão da segunda pela manhã, folia que ocorre após os dias oficiais da Micareta.
“Isso será estudado com todo carinho, com toda responsabilidade. Isso, na hora certa. Eu não vejo por que, com um ano e meio de antecedência, já se está debatendo esse assunto. Primeiro, vamos organizar e planejar a Micareta com um ano de antecedência. Buscar pessoas que possam patrocinar. O que não pode é o município bancar 100% de uma festa, porque também existem outras prioridades na gestão”, afirmou o prefeito.
Atritos na Câmara Municipal
O tema também provocou um pequeno atrito na Câmara Municipal, onde vereadores da base do prefeito divergiram sobre o futuro do Arrastão. Lulinha, autor de um projeto de lei para oficializar o Arrastão no calendário festivo da cidade, se mostrou favorável à continuidade do evento. Já Edvaldo Lima afirmou ser “contra a festa na segunda”, ressaltando as dificuldades que a cidade e os foliões enfrentam com o encerramento tardio da folia. Por outro lado, José Carneiro demonstrou disposição para discutir o assunto com cautela, destacando a necessidade de diálogo com entidades de classe que alegam prejuízos com a manutenção do evento.
Em entrevista à imprensa, o prefeito comentou o atrito na Câmara e respondeu às perguntas sobre a polêmica em torno do Arrastão. “Se esse assunto foi abordado lá [na Câmara] com pureza de alma, justiça, palavra franca e sincera, eu não sei, porque eu não li, não tive tempo de ler. Meu trabalho é de 18 horas por dia”, declarou.
José Ronaldo também reforçou que a prioridade da gestão é garantir a realização de uma Micareta de sucesso e que o Arrastão, por ser um evento não oficial do município, “pode ser discutido em outro momento”. Segundo ele, na reunião realizada na terça-feira, ocasião em que anunciou as datas oficiais da Micareta, não foram apenas empresários que tocaram no assunto do Arrastão.
O prefeito ainda relembrou que, no último Arrastão, a Prefeitura não utilizou recursos públicos, e que os custos, incluindo a contratação de artistas, foram arcados pelo Governo do Estado.
“Não é uma discussão importante para se fazer antes de realizar uma grande Micareta. Primeiro, vamos trabalhar para fazer uma grande Micareta. O Arrastão é consequência, não é nada oficial do município. Inclusive, para que se faça justiça, eu não sei mentir, no último Arrastão, a Prefeitura não gastou um centavo sequer.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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