Daniela Cardoso e Ney Silva
Mesmo enfrentando dificuldades com a concorrência do transporte clandestino, com estradas ruins na zona rural e em ruas e avenidas de Feira de Santana e arrecadação baixa com mais de um milhão de passageiros a menos do que o esperado, empresários das empresas Rosa e São João dizem que ainda acreditam no potencial de Feira de Santana. Eles participaram de uma reunião do Conselho Municipal de Transportes (CMT)na tarde de terça-feira (12), que avaliou o serviço prestado por vans, táxis, mototáxis e as próprias empresas de ônibus.
Representando as duas empresas, Claudinei Castanha explica a situação vivida pela Rosa e São João. “A questão da situação do piso ruim, que ocorre mais na zona rural, mas também na cidade, as obras que estão sendo realizadas para futuras melhorias, mas que no momento atrapalham muito o trânsito, e principalmente o número de passageiros, que ainda não atingiu o esperado. A gente sabe que isso envolve a questão do transporte clandestino e tudo isso atrapalha”, afirmou.
Ele também reconheceu as dificuldades das empresas, a exemplo da implantação da estrutura tecnológica. “Essa é uma das nossas dificuldades e estamos terminando a implantação. Acreditamos que tudo vai estar plenamente funcionando até o final desse ano. Estamos apostando na cidade, mas também vamos cobrar por parte do poder público aquilo que é o principal, que é o nosso equilíbrio econômico, pois investimos muito pesado e até agora, estamos há seis meses em operação, e não tivemos o retorno ainda. Por enquanto são só prejuízos”, disse.
Sobre a possibilidade das empresas Rosa e São João deixarem de operar na cidade devido a essas dificuldades, Claudinei Castanha disse que não há essa possibilidade. “Ninguém investe 100 milhões de reais para no outro dia ir embora, até porque nem tem onde colocar os ônibus. As empresas estão pagando o financiamento. O contrato é de 15 anos, podendo ser renovado e estamos pensando a longo prazo. Estamos cobrando as melhorias porque se essa situação durar por muito tempo pode inviabilizar no sentido de ter que aumentar mais a tarifa, mas nunca no sentido de prejudicar a cidade”, declarou.
O secretário municipal de Transportes e Trânsito, Pedro Boaventura, destacou que todas as questões relacionadas ao transporte público na cidade foram discutidas. “Vimos todos os questionamentos em relação à qualidade do serviço, a pontualidade, a qualificação da força de trabalho de cada modal e ouvimos todos os responsáveis darem as devidas explicações. Discutimos também as reclamações dos passageiros e vimos as melhorias e conquistas no transporte de Feira de Santana, mas sabemos que ainda temos muitas coisas a fazer”, afirmou.
Com relação à fiscalização do transporte clandestino, o secretário afirmou que está intensa e que vai continuar. “Seja lá o que estiver fora da legislação, a prefeitura tem a obrigação de colocar no eixo. Ouvimos os pronunciamentos de todas as categorias aqui representadas, tivemos o Ministério Público com uma participação ativa e só temos que ficar felizes em relação a tudo que foi discutido nessa reunião”, finalizou.
Fotos: Ney Silva