Feira de Santana

Dom Itamar fala sobre o Dia de Finados e a importância de orar pelos mortos

O Arcebispo emérito lembrou ainda que a morte é uma das grandes verdades da vida humana, a maior de todas as certezas.

Laiane Cruz

Nesta quarta-feira (2) é celebrado em todo o Brasil o Dia de Finados, um dia especial em que milhares de pessoas vão aos cemitérios prestar homenagens e recordar dos seus entes queridos. Em entrevista ao Acorda Cidade, o arcebispo emérito, Dom Itamar Vian, falou sobre o significado desta data para todos os cristãos católicos.

“O grande significado é que os cristãos querem recordar todas as pessoas que já faleceram, por isso a Igreja Católica instituiu o dia 2 de novembro para que não somente os cristãos, mas todos aqueles que querem recordar seus entes queridos tenham um dia especial. Evidentemente, que todos os dias devemos recordar as pessoas que passaram entre nós, mas para não esquecer essas pessoas a igreja coloca esse dia especial”, afirmou Dom Itamar Vian.

Segundo ele, a tradição católica do Dia de Finados veio diminuindo ao longo do tempo, por conta da facilidade que as pessoas têm hoje de viajar.

“Hoje a visita aos cemitérios diminuiu, mas ainda há uma participação muito grande, e prevê-se, por exemplo, em alguns cemitérios de Feira de Santana que as visitas vão ultrapassar a 15 mil pessoas. Um dono de cemitério me dizia que ele estava esperando mais de vinte mil pessoas. Então, a tradição continua. A tendência, talvez, seja diminuir em alguns aspectos do turismo, mas com certeza esse dia 2 de novembro sempre marca a história de todas as famílias”, avaliou Dom Itamar.

A realidade da morte

O arcebispo emérito explicou ainda por que, segundo a tradição católica, as pessoas devem orar pelos mortos. Os cristãos católicos acreditam que depois da morte existem três grandes realidades: o céu, para as pessoas que praticam o bem, o inferno, para as pessoas que praticam o mal, e o purgatório, que é o lugar de purificação. 

“As pessoas que morrem tendo ainda alguma falta, algum pecado a pagar, elas já estão salvas, mas devem passar pelo purgatório. E as almas do purgatório são salvas através das orações e sacrifícios das pessoas vivas. Tem até um fato histórico muito interessante em São Filipe Nery, que quando ele morreu, uma multidão de almas veio ao encontro dele, e ele perguntou: ‘Quem são vocês?’. E elas responderam: ‘Nós somos almas que estavam no purgatório e pelas suas orações estamos hoje todas no céu. Por isso a igreja, os cristãos, a bíblia sagrada devem ser compreendidos nessa dimensão de que devemos rezar pelos mortos, porque depois da morte muitas pessoas passam por esse lugar de purificação”, contou o arcebispo.

Dom Itamar lembrou ainda que a morte é uma das grandes verdades da vida humana, a maior de todas as certezas.

“Percebemos todos os dias pessoas que morrem ao nosso redor, na família, na comunidade, na nossa cidade, e nem sempre tomamos consciência de que essa realidade um dia vai afetar a todos nós. Portanto, desde o nascimento caminhamos para a morte. Desde o começo somos seres terminais. Nós nascemos com prazo de validade, não caímos subitamente na morte, mas avançamos a cada minuto, a cada dia, para o passo final. Quando aniversariamos, muitas pessoas dizem que é um ano a mais, e na verdade é um ano a menos porque a morte se aproxima cada dia mais. E o dia da morte vai acontecer para você e para mim, para todos nós”, declarou.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.