Ocupação de condomínio

Dirigentes de associação se dizem ofendidos por declarações do secretário de Habitação

O advogado Ijaruy Alcântara de Assis explicou que a Associação Nova Geração o procurou, após um pronunciamento do secretário municipal de Habitação, Sandro Ricardo, por entender que a honra dos representantes da entidade foi ofendida.

Daniela Cardoso e Ney Silva

Dirigentes da Associação Comunitária Nova Geração, responsável por organizar a ocupação do condomínio Solar da Princesa na tarde do último sábado (18), convocaram profissionais de imprensa na tarde desta terça-feira (22) para uma coletiva com o objetivo de apresentar posicionamentos sobre a ocupação e contestar declarações do secretário municipal de Habitação, Sandro Ricardo. Um advogado participou da coletiva.

A presidente da entidade, Faeli Lima informou que nestes três dias, após a ocupação, o clima é de absoluta tranquilidade. Segundo ela, as famílias passaram por um processo de seleção, feito pela associação, que incluiu uma triagem e, além disso, há uma equipe que vem observando e orientando as pessoas.

“Estamos aguardando que o poder público se manifeste, pois o trabalho social precisa ser feito. Existe uma parceria com o governo federal, onde recursos são repassados para esse trabalho social e a gente não ver isso dentro dos empreendimentos”, observa Faeli.

Ela disse ainda que por falta desse trabalho social alguns conjuntos levam nomes pejorativos como ‘B12’, ‘B13’ e alguns imóveis são ocupados por pessoas, que expulsam famílias. Segundo Faeli, alguns são até traficantes que pedem para as famílias deixaram os imóveis.

O advogado Ijaruy Alcântara de Assis explicou que a Associação Nova Geração o procurou, após um pronunciamento do secretário municipal de Habitação, Sandro Ricardo, por entender que a honra dos representantes da entidade foi ofendida com palavras ofensivas. Segundo o advogado, a associação sentiu-se ofendida ao ser acusada pelo secretário de ter obtido lucro ao cobrar uma taxa dessas famílias.

“Isso foi publicamente divulgado através do programa Acorda Cidade e nossa preocupação é organizar esse movimento para dar uma resposta ao que foi dito. Vamos buscar uma responsabilização, se assim for demonstrada a gravidade das ofensas”, afirmou Ijaruy.

Ele disse também que já protocolou um requerimento junto a secretaria de Habitação para ter acesso as denúncias feitas por duas mulheres ao secretário, que utilizou como base para proferir as ofensas.

De acordo com o advogado, a Associação Comunitária Nova Geração foi diretamente acusada de cobrar uma quantia para garantir as unidades habitacionais. Mas ele reitera que isso não é verdade.

O professor Paulo de Tarso, que é colaborador da associação, também participou da coletiva de imprensa. Ele disse que está bastante contente, porque a ocupação ao condomínio Solar da Princesa se deu por um sentimento da comunidade.

“Está sendo vinculado que a associação estimulou e organizou essa ocupação. Apenas demos vazão ao sentimento daquelas pessoas, que estavam excluídas do processo e que queriam resolver essa situação”, afirmou Paulo de Tarso.

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Ele disse ainda que a população desacredita no trabalho da secretaria municipal de Habitação e principalmente no processo de seleção. O professor afirma que inexistem critérios da secretária previstos no programa Minha Casa, Minha Vida.

“A luta não é só por moradia. Essas pessoas foram excluídas do direito de morar durante a vida inteira e de repente conquistam esse direito e são jogadas dentro dos empreendimentos sem estarem preparadas para essa finalidade”, disse Paulo.