Nesta quinta-feira, 28 de agosto, é celebrado o Dia dos Bancários, e a categoria de Feira de Santana comemorou realizando o tradicional café da manhã no Clube dos Bancários, no bairro Santa Mônica, para os profissionais que atuam nas instituições financeiras da cidade.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Eritan Machado, a categoria tem muito a comemorar pelas conquistas alcançadas ao longo da história, mas a luta continua para manter esses direitos. Hoje, os profissionais possuem a maior convenção coletiva de trabalhadores da América Latina.
“Você pegar os trabalhadores lá do Alasca até o final da Patagônia, os bancários do Brasil possuem o maior guarda-chuva jurídico de categorias de trabalhadores. Infelizmente, a nossa categoria vem sofrendo diversos ataques por conta da ganância dos bancos, como fechamento de agências, demissões em massa com avanço de tecnologia em detrimento da saúde dos trabalhadores. Isso tem preocupado a gente, mas apesar disso, nossa categoria permanece unida, firme com o propósito de conseguir sobreviver a esses ataques.”
No último dia 20 de agosto, a agência do banco Itaú, localizada na avenida Maria Quitéria, foi fechada em Feira de Santana após 21 anos de funcionamento. A decisão gerou protestos por parte da categoria, que chegou a realizar uma manifestação no dia 14 de julho. Segundo bancários, o fechamento gerou demissões de bancários, vigilantes e prestadores de serviço.
“É o banco que mais lucra. O Itaú lucrou, só no ano passado, 40 bilhões. Eu acho que nenhum segmento da economia brasileira fecha agências, fecha lojas se a loja estiver lucrando. Aquela agência era uma agência lucrativa, tinha 21 anos de existência, mas mesmo assim o Itaú decidiu pelo seu fechamento.”
O presidente também explicou que as instituições alegam os fechamentos devido ao desenvolvimento de tecnologias, como a Inteligência Artificial, e que estão ocupando os postos de trabalho.
“Não entendemos isso porque qualquer feirense que for em uma agência bancária hoje não vai passar menos que uma hora para ser atendido. E por que acontece isso? Porque ? “Existe demanda, só que o número dos bancários tem sido reduzido.” Ele também fez um alerta sobre o uso da tecnologia pelas instituições que ainda não foi regulamentado e tem sobrecarregado os trabalhadores. “A quem está a serviço essa tecnologia? Porque os bancários não têm trabalhado menos por conta desses avanços tecnológicos, têm trabalhado muito mais e também têm adoecido muito mais”, disse ao Acorda Cidade.
Segundo Eritan, Feira possui pouco mais de 950 bancários ativos, destes, 800 são sindicalizados que confiam e acreditam no trabalho do sindicato. Atualmente, em média, o salário inicial de um bancário é em torno de R$ 3.600, sem os benefícios de vale-alimentação, vale-refeição e vale-transporte.
“Precisa ser muito mais valorizada, até porque quem garante o lucro dessas instituições financeiras são esses trabalhadores, pais e mães de família, que se dedicam, que suam, que colocam a sua saúde em risco e que têm adoecido por conta dessa ganância dos bancos.”
Eritan Machado ainda reforçou a importância do trabalho dos bancários para a sociedade como agentes responsáveis por manter o elo entre os clientes e os serviços do banco.
“Os bancários são responsáveis pelos pequenos e grandes negócios que o nosso país tem. Ninguém consegue montar um empreendimento, consegue empreender apenas com capital próprio. É preciso ter crédito, e quem fornece esse crédito são os bancários, que estão lá na linha de frente atendendo o cliente, operacionalizando e concedendo esse crédito para que as pessoas possam tocar os seus projetos, possam ter um financiamento estudantil, possam receber um auxílio emergencial em uma pandemia. Tudo isso faz dos bancários uma categoria de importante relevância para o nosso país.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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