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Dia do Orgasmo: sexóloga explica os benefícios de alcançar o ápice do prazer

Especialista explica sobre os benefícios do orgasmo e os riscos trazidos pelo uso inadequado de estimulantes

Dia do Orgasmo
Foto: Freepik

Dia 31 de julho é celebrado o Dia Internacional do Orgasmo. A data foi instituída como forma de conscientização sobre o autoconhecimento e satisfação sexual. Conhecer o próprio corpo e alcançar o ápice do prazer, ainda é um tabu para muitas gente, no entanto esse é um passo essencial para a manutenção de uma vida sexual ativa e saudável. 

Veja o vídeo da reportagem:

Para ajudar neste processo, a sexóloga Raquele Carvalho conversou com a reportagem do Acorda Cidade sobre os ciclos do corpo e os caminhos que otimizam uma boa intimidade sexual.

Raquele Carvalho, sexóloga
Raquele Carvalho, sexóloga – Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O que é o orgasmo?

Você sabe identificar o que de fato é o orgasmo e quando ele acontece? A especialista detalha que a experiência é individual, mas com conhecimento os caminhos para alcançá-la  ficam mais acessíveis.

“O orgasmo é a resposta sexual mais intensa do corpo ao prazer sexual. Quando a gente fala de ciclo de resposta sexual, a gente passa pelo processo do desejo, da excitação, que é a preparação para a gente alcançar o ápice do prazer. E que aí quando acontece, ele explode”

Raquele acrescenta que a percepção do prazer é única, assim como qualquer outra sensação. Ela alerta que a comparação pode prejudicar o processo natural, que é o mais prazeroso.

“Cada pessoa tem uma forma muito própria de sentir o orgasmo. Às vezes eu vejo as pessoas muito preocupadas: Como é que eu sei que eu tive um orgasmo? Vou ficar vermelha, as pernas vão tremer, meu olho vai saltar?! Não necessariamente. Pode ser que você tenha um orgasmo mínimo e que você não tenha nenhuma dessas respostas, mas o seu corpo sentiu.”

Mas será que o único resultado do orgasmo é o prazer? Raquele Carvalho esclarece que o prazer é sem dúvidas um fator muito importante para o bem estar pessoal, mas também, além da sensação de alcançar o ápice do prazer, a relação sexual pode proporcionar o estímulo de hormônios que vão atuar em diversos aspectos da saúde.

“São benefícios fisiológicos, a liberação de hormônios do bem estar. Então a gente tem a dopamina, a endorfina, a ocitocina no abraço, ela está muito presente, melhora o sono, alívio de estresse e de ansiedade, fortalecimento do sistema imunológico, aumento da lubrificação e da sensibilidade, proteção cardiovascular, alívio de cólicas e dores. Vai te proporcionar uma qualidade de vida muito melhor. Você vai ficar bem, vai ficar feliz, vai ficar sorridente, vai ficar com a pele brilhando, cabelo brilhando, ressaltou Raquele em entrevista ao Acorda Cidade.

A sexóloga alerta que para o público feminino, a intensidade e frequência em que se pode alcançar o ápice do prazer sexual em uma relação, está ligada ao quanto a pessoa se permite sentir e em como é estabelecida a relação dela com o sexo.

“A quantidade de orgasmo vai ter muito mais a ver com a questão da permissão. Então é possível uma mulher ter diversos orgasmos, que a gente chama de múltiplos orgasmos. Isso é muito possível e vai depender de como ela se relaciona com o prazer”, pontuou

Existe frequência sexual ideal?

Segundo a especialista, pesquisas indicam que a frequência sexual dos brasileiros gira em torno de 2 vezes por semana. Mas ela orienta que o momento íntimo não deve ser tratado como meta a ser batida. Ao invés disso, deve ser levado em consideração a qualidade dessas relações, porque é isso que trará benefícios para a saúde e bem-estar de cada pessoa.

Ela aproveita para dar dicas sobre os horários que geralmente estão associados à maior disposição  sexual.

“Principalmente para os homens, o amanhecer do dia é importante pela questão hormonal. Entre 7 e 8 horas é onde alcançam o pico de testosterona. Então, supostamente, é onde teriam mais disposição para o encontro sexual. Nas mulheres, nosso pico hormonal é à tarde, por volta das 15 horas.” 

Idade e desempenho sexual

Raquele Carvalho explica que com o passar dos anos é natural que a potência sexual reduza, isso porque com o envelhecimento acontece também a queda de alguns hormônios, mas isso não significa que a vida sexual deve acabar. Na verdade são os hábitos saudáveis cultivados no dia a dia que garantem a longevidade das boas relações sexuais.

“Essa potência orgástica, ela pode não ser na mesma intensidade de quando mais jovem, mas ela pode continuar. E vai depender da pessoa, dos hábitos saudáveis dessa pessoa. Porque tem muita gente que quer beber muito, fumar muito, vida sedentária. Como é que você vai ter uma vida sexual ativa, de satisfação, se você não tem uma vida de qualidade?!” 

Os riscos dos estimulantes sexuais

Como em qualquer área da saúde, a automedicação pode se tornar um problema. É o que vem acontecendo com o uso exacerbado dos estimulantes sexuais. Raquele alerta que homens cada vez mais jovens têm aderido ao uso desses medicamentos com o objetivo de melhorar a performance.

“Se por acaso tiver uma indicação de uso de estimulante sexual para alguma situação, que seja com acompanhamento de médicos. Homens que estão, cada dia que passa, mais jovens, utilizando algumas medicações, alguns estimulantes, acreditando que isso vai dar uma potência, uma virilidade maior. Mas e se de repente, quando você de fato precisar, essa medicação não te servir mais? Ou, e se você tiver uma reação cardíaca?!”

Para a especialista, o melhor caminho para o prazer sexual é estimular o que é natural. 

“O seu desempenho sexual, ele não tem a ver com o que você ingere, mas sim com quem você é, e como você se relaciona. Então existe essa coisa da quantidade, de transar muitas vezes, e de repente você não teve nenhuma transa de qualidade. Quando a gente foca na qualidade a gente tem aquele momento de se entregar de verdade”, informou Raquele ao Acorda Cidade.

Bebidas alcoólicas são inimigas do prazer?

Outro comportamento frequente, é a utilização do álcool como desinibidor em um encontro e antes do momento íntimo. A especialista alerta que os excessos podem ter efeito contrário.

“O álcool pode ser um depressor. Você pode até tomar uma dosezinha de vinho, de uma bebida que você goste. Mas o problema é que as pessoas querem tomar um litro de uísque, por exemplo, para ter uma relação sexual. E aí não funciona.”

Sexo de qualidade começa com boa relação fora da cama 

O aumento nos índices de violência contra a mulher é um fator que pode impactar também na líbido feminina de uma maneira geral. Sensação causada pelo medo de se relacionar com novas pessoas diante do cenário.

A sexóloga comenta, que esse impacto pode ser sentido inclusive para quem já sofreu violências psicológicas.

“Uma mulher que está numa relação tóxica, seja qual for a violência, seja violência psicológica, não necessariamente a violência física. Ela não tem condição de ter libido por um cara desse. Nós não somos objetos, uma relação só pode ser prazerosa quando ela é construtiva, quando ela é boa para os dois.”, declarou

Conexão entre mente e corpo

Raquele reforça que o estímulo e relaxamento mental é um fator essencial para relações de qualidade e para o alcance do orgasmo.

“O prazer está na cabeça, a cabeça da pessoa o cérebro é o órgão sexual mais poderoso que nós temos. As pessoas precisam se conectar e estar presentes na hora do encontro sexual porque muitas vezes vai para aquele encontro e está com a cabeça em outros lugares, em outras preocupações e não tem como ter um orgasmo dessa forma”, finaliza.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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