Daniela Cardoso
A filha de santo Antônia Barbosa de Souza, 67 anos, que mora no bairro Tomba, em Feira de Santana, diz que está sofrendo perseguição e intolerância religiosa por um casal evangélico. Um despacho colocado na porta da casa dela teria incomodado o vizinho e a mulher dele. Segundo Antônia Barbosa, o casal teria a agredido e ainda entrou com uma ação na Vara de Sistema de Juizados contra ela. Na manhã de ontem (29) houve audiência de instrução do processo, mas o autor da ação não compareceu.
“Eu sou filha de santo e moro no Tomba há cinco anos. Apareceu um despacho no portão da minha casa, eu dei providência de tirar, mas os evangélicos me acusaram de ter feito a macumba. Eu falei que não foi eu que tinha feito. Como é que eu mesma ia colocar um despacho na porta da minha própria casa? Não sei porque eles se sentiram incomodados, já que o despacho estava na minha porta”, afirmou.
A filha de santo relata ainda as agressões que teria sofrido. Ela afirma que já sofre com a situação há cinco anos. “Eles me agrediram, me bateram no meio da rua e eu gritei socorro. Veio um motoboy e me socorreu. Minha filha veio ficar comigo e eles a xingaram. Tive que ir ao médico, pois me senti mal e depois fui para a delegacia, mas nada foi resolvido. Outra vez eles tentaram me colocar dentro de um esgoto perto da minha casa e eu fui até a Embasa pedir que colocassem um tampão na rede de esgoto”, relatou.
Uma manifestação contra intolerância religiosa também foi realizada durante a manhã de terça com a participação de um grupo de mulheres, presidente de ONGs, estudantes, professores e representantes de terreiros de candomblé. Lurdes Santana, que faz parte da coordenação do Conselho Municipal das Comunidades Negras, Indígenas e Quilombolas, definiu a situação vivida por Antônia Barbosa de Souza como intolerância religiosa.
“Além de ser intolerância religiosa, é uma questão de maus tratos com idoso, pois eles tentaram bater em uma senhora de 67 anos. Desde 2009 que ela está sendo agredida. A gente não pode ser discriminado e ficar calado”, afirmou.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
