Decisão do Papa sobre divórcio acabará com sofrimento de muitos feirenses, diz Dom Itamar

^{Laiane Cruz}

O Vaticano divulgou no dia 23 de junho deste ano um documento em que reafirma a indissociabilidade do casamento, mas que promete facilitar os procedimentos de anulação de matrimônios. A medida visa permitir a comunhão de pessoas divorciadas que voltaram a se casar. De acordo com o Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana, Dom Itamar Vian, no município, muitos casais procuram pelo serviço e a decisão do Papa irá acabar com o sofrimento de muitos deles.

Ele explica que essas mudanças já haviam sido anunciadas, em preparação ao grande sínodo dos bispos, que irá tratar de temas relacionados à família, no próximo mês de outubro, em Roma. A medida valerá a partir de dezembro e até lá os bispos de todo o mundo poderão se preparar, já que de agora em diante a resolução dos casos será feita nas dioceses.

“A partir deste documento os bispos de todo o mundo ficam com o direito de resolver na própria diocese quase todos os casos. Este documento vai ter início a partir de dezembro deste ano. Até lá as dioceses poderão se organizar e também nomear pessoas para formar a comissão central que irá fazer esses julgamentos de processos”, explicou Dom Itamar.

Outro benefício é a gratuidade do serviço, que antes tinha um custo de cinco salários mínimos para os casais que tinham condições de pagar. Mas, para Dom Itamar, o aspecto mais significativo de todas essas mudanças é a celeridade nos processos.

“O que vai acontecer daqui para frente é que a igreja vai declarar nulos os casamentos que foram realizados e não foram válidos. Isso muda a parte funcional, não muda a parte essencial, pois o Papa reafirma no texto a indissolubilidade do matrimônio. Também não muda a questão do casamento entre homem e mulher”, afirmou o Arcebispo, destacando o fato de que a Igreja Católica respeita o casamento homoafetivo, mas não concorda ou aprova.

O Arcebispo afirma que ainda hoje muitos jovens se casam contra a própria vontade, obrigados pelos pais, como nos casos em que a moça engravida. “Outro caso passível de nulidade é quando após o casamento o homem comunica à mulher que não deseja ter filhos, assim como também a mulher”, exemplificou Dom Itamar.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.