Laiane Cruz
No último sábado (21), a população de Feira de Santana foi pega de surpresa por uma forte chuva, que veio acompanhada de intensos relâmpagos, trovões e raios em algumas regiões da cidade. De acordo com o consultor elétrico Plínio Pereira, o fenômeno pode ter ocorrido devido à área do município ser aberta e estar próxima a um grande lago, fatores, que segundo ele, favorecem a confluência de tais descargas elétricas. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele orientou também sobre o que se deve fazer nestas situações para evitar acidentes.
Sobre a utilização do celular, no momento em que ocorrerem raios, trovões e relâmpagos, o consultor explica que o grande problema é o aparelho estar ligado a uma tomada. “O grande problema do celular é que você não deve utilizá-lo enquanto ele estiver carregando a bateria, porque pode ocorrer numa rede de distribuição de energia uma sobretensão e isso afetar a tomada dentro da sua casa e gerar o risco de acidente, a exemplo de um garoto que recentemente estava atendendo um celular e foi eletrocutado.”
Com relação a equipamentos, como televisão, computador, rádio, e outros aparelhos eletroeletrônicos, o consultor informa que se estiverem ligados à tomada podem sofrer danos com descargas elétricas provocadas pela rede de energia que os liga. “Você pode desligar da tomada para tentar proteger seus equipamentos. Apesar de que, se isso ocorrer, a concessionária deve ressarcir. Quantos às antenas, trata-se de uma estrutura metálica, que se estiver na área aberta corre risco de receber uma descarga.”
Com relação a espelhos atraírem raios, Plínio Pereira afirma que é mito. “O problema do espelho é que a intensidade do relâmpago é muito grande e quando refletido no espelho provoca o medo”, disse.
De acordo com o consultor, as pessoas devem ter cuidado tanto em casa como na rua. Para se proteger melhor, elas devem se manter em suas residências, e caso estejam na rua devem permanecer dentro do carro ou procurar um abrigo seguro, como exceção das árvores. “Árvores não são lugares para se ficar quanto tiver ocorrendo os raios, porque há atração. Há mais possibilidade de cair um raio em uma árvore do que dentro de um carro.”
Plínio Pereira ressalta, porém, que o perigo não está nos relâmpagos, mas sim nos raios. “O raio é a atração da descarga elétrica numa intensidade muito grande entre a terra e as nuvens. Você não deve estar dentro de rio ou no mar porque é condutor de eletricidade, e se estiver debaixo do chuveiro, uma descarga pode atingir a rede elétrica e vai haver um surto de corrente que pode vir a atingir você.”
Segundo ele, quando as nuvens começam a se armar, há o acúmulo de gases nas nuvens, que cria cargas elétricas e positivas, provocando o atrito entre elas, e partir disso que ocorre o relâmpago. “Nós vemos primeiro o relâmpago, mas na verdade o que acontece primeiro é o atrito, que nós chamamos de trovão. O raio pode ser ascendente (sai da carga do solo) e descendente (sai na atração da carga das nuvens)”, explica.
Quanto às quedas na rede de energia da cidade, Plínio informa que são boas para o sistema, pois é um efeito de proteção. “Nós temos um conjunto de equipamentos de proteção ao sistema elétrico, mas com a intensidade de um raio, a corrente é muito grande e ela atinge uma rede tanto de 500 mil volts quanto de 30 mil e há um surto de tensão, uma elevação brusca. Esses equipamentos têm a função de proteger e desaba todo o sistema. Esse desligamento é bom para o sistema, porque é um efeito de proteção ao sistema elétrico”, detalhou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.