Laiane Cruz

A falta de acessibilidade em vias públicas, dificuldades para utilizar o transporte coletivo urbano e acessar o sistema de saúde são algumas das reclamações de pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Estima-se que atualmente em Feira de Santana 24% da população façam parte deste grupo.

De acordo com o cadeirante Roberto Trindade, faltam mais rampas de acesso nas principais ruas e avenidas da cidade. Além disso, ele afirma que mesmo com todas as reclamações, as empresas de ônibus não estão cumprindo a lei que determina que toda a frota seja adaptada e não estão realizando o conserto dos elevadores quebrados em alguns veículos que já possuem a acessibilidade.

Quem também enfrenta desafios diariamente é a cadeirante Verena Rebouças, que tem sequelas de uma poliomielite. Segundo ela, as principais barreiras a serem vencidas são a atitudinais. “Falta sensibilização da sociedade, apesar das campanhas e das conferências”, afirmou.

Todas essas questões estão sendo abordadas na IV Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Território Portal do Sertão. O evento, que começou ontem (9) e vai até esta quarta-feira, é realizado no Centro Comunitário Iderval Fernandes Falcão, no bairro Baraúnas, em Feira de Santana.

De acordo com o vice-presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, Valdenor Oliveira, o principal objetivo da conferência é debater os avanços e os desafios sobre a implementação da política da pessoa com deficiência no Brasil. Durante o evento também será discutido o tema ‘A Transversalidade como Radicalidade dos Direitos Humanos’.

“A conferência está sendo feita por etapa em cada território, com uma média de público de 200 pessoas em cada evento. Isso em 27 plenárias no estado para chegarmos à Conferência Estadual, que deverá ter um público de aproximadamente 1000 pessoas”, informou Valdenor Oliveira.

A conferência é promovida pelo Conselho Estadual juntamente com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia. “É preciso elaborar uma política que pense na pessoa como um ser, que tem fases. Ele tem que ter o direito a entrar na escola, na faculdade, de frequentar todos os lugares. O deficiente ainda tem que matar um leão por dia e provar sua capacidade”, disse.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.