Adilson Simas
Nesta segunda-feira (18), comemora-se o Dia da Cidade. Foi no dia 18 de setembro de 1833 que o presidente da Província da Bahia, Joaquim Pinheiro de Vasconcelos, criou o Arraial de Feira de Santana. Tomou a decisão autorizada pelo Governo Imperial que em 13 de Novembro do ano anterior, determinou a criação de vilas em todo o país.
Por que o aniversário da cidade em 18 de setembro se até pouco tempo a comemoração acontecia em 16 de junho? O 16 de junho lembra a Lei Provincial nº. 1320, que em 1873 elevou a Vila à categoria de cidade, com o nome Comercial Cidade de Feira de Santana.
Em 1973 comemorou-se intensamente o centenário da data. Começou no primeiro dia do ano com o prefeito Newton Falcão que findava o mandato. E continuou com o prefeito José Falcão, tendo como ponto alto o dia 16 de junho. A partir de então 16 de junho passou a ser o Dia da Cidade.
Incorporado ao calendário de eventos da câmara e da prefeitura que nunca deixaram a data passar em branco. Mesmo assim historiadores continuavam defendendo 18 de setembro como sendo o Dia da Cidade.
Entendiam que a emancipação da Feira aconteceu 40 anos antes, em 18 de setembro de 1833 e não em 16 de junho de 1873.
Entre eles estava o saudoso Mons. Renato Galvão que não se cansava de pedir a mudança da data. Convidado pela Câmara em 1979, para falar em 16 de junho, sobre o Dia da Cidade, Galvão não perdeu a oportunidade. Aproveitou a sessão solene e defendeu sua tese.
Segundo ele, quando a Lei de 16 de junho instituiu a Comercial Cidade de Feira de Santana, o Arraial de Feira de Santana já tinha status de cidade. Tinha porque já existiam na vila vários serviços públicos:
A câmara estava instalada há vários anos, Escola funcionando tanto para crianças como para adultos. Existia a Cadeia Pública e a autoridade competente.
Citou também que até já existia um jornal, “O Feirense” mantendo informada a população da Vila. Essas e outras atividades davam ao Arraial de Feira de Santana o status de cidade.
Galvão encerrou sua palestra minimizando o 16 de junho, ao afirmar que o Decreto Provincial assinado naquela data foi recebido sem que a população comemorasse com efusividade. Somente no ano 2000, quando Monsenhor Galvão já havia falecido, sua tese e de outros historiadores foi vitoriosa. A câmara oficializou o 18 de setembro como o Dia da Cidade.
Assim nesta segunda-feira, 18 de setembro de 2017, a cidade comemora 184 anos de existência. Crescendo e avançando.
Quem visita Feira não se cansa de elogiar principalmente a maneira como suas vias públicas foram projetadas. Vias planas, largas e longas. A beleza das nossas vias começou ainda no século XIX.
O grande jurista Filinto Bastos disse em memorável palestra sobre a cidade, proferida no Cine Santana, em 1917, que coube praticamente ao Coronel João Pedreira de Cerqueira delinear e realizar o primeiro plano de embelezamento da cidade, fazendo surgir as primeiras grandes vias em razão das edificações que construía.
No começo do século XX, por volta de 1903, foi a vez do coronel intendente José Freire de Lima dotar as vias púbicas de novo tipo de pavimentação. Por exemplo, foram desaparecendo as chamadas pedras irregulares dando lugar aos primeiros calçamentos a paralelepípedos.
No final dos anos 50, mais um avanço: prefeito Arnold Silva introduziu a pavimentação asfáltica, começando pela Rua Castro Alves e vizinhança. Nesse período já se destacava o engenheiro Doutor Brito, preservando na abertura de novas ruas a visão pioneira de João Pedreira.
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Fonte: Site da prefeitura de Feira de Santana