Feira de Santana

Com fortes dores, gestante não consegue atendimento em hospitais de Feira de Santana

Mesmo após diversas tentativas, desde a semana passada, em hospitais públicos da cidade até por volta das 6h40 da manhã deste sábado (10) a gestante ainda não havia conseguido.

Laiane Cruz e Ed Santos

Atualizada às 09h32 

O que era para ser um momento bonito e cheio de emoção se transformou em um verdadeiro transtorno para a gestante Letícia Silva Moreira, de 19 anos, moradora da cidade de Santo Amaro. 

Grávida com 41 semanas e sentindo fortes dores, a jovem veio a Feira de Santana em busca de atendimento, e mesmo após diversas tentativas, desde a semana passada, em hospitais públicos da cidade até por volta das 6h40 da manhã deste sábado (10) ainda não havia conseguido.

A prima de Letícia, Joseane Silva Santana, que vem acompanhando a luta da gestante por atendimento, informou que em Santo Amaro os hospitais estão fechados, por isso vieram a Feira de Santana, na semana passada, para tentar um atendimento no Hospital da Mulher. Segundo Joseane, a prima estava sentindo muitas dores, e após ser examinada foi informada na unidade hospitalar que deveria voltar para casa e só retornar depois de oito dias quando entrasse em trabalho de parto.

“Nós fizemos isso, retornamos para Santo Amaro, e voltamos na quinta-feira (8 de setembro). Quando chegamos lá, eles falaram que não poderiam atender o parto dela porque ela era de Santo Amaro. Só iria atender caso ela voltasse com alguma ambulância ou algum relatório médico. Como lá não tem hospital, a gente recorreu aonde ela estava fazendo pré-natal no posto de saúde, e eles deram o relatório da situação e trouxemos. Quando chegamos lá (no Hospital da Mulher) apresentamos novamente esse papel e eles falaram que não mandaram a gente fazer isso e que não ia atender ela pelo fato de ela ser de Santo Amaro”, relatou Joseane.

(Josene, prima de Letícia, acompanha o sofrimento da gestante)

As jovens, então, saíram do Hospital da Mulher na tarde da sexta-feira (9) em direção ao Hospital Geral Clériston Andrade, onde mais uma vez foram informadas que não receberiam atendimento. Até por volta das 6h40 da manhã deste sábado (10), as jovens se encontravam no local à espera de uma solução.

“Viemos para aqui de 14h até agora, passamos a noite aqui no relento, ela sentindo dor e ninguém apareceu para dar satisfação. Quando foi agora de manhã vieram falar que não tem médico pra fazer o parto dela cesariana, porque ela tem um relatório médico informando que está sem passagem pra ser normal, e eles não querem fazer. Disseram que só vão fazer quando ela entrar em trabalho de parto. Uma enfermeira disse que ela estava com 2 cm de dilatação e tinha que chegar a 10 cm”, informou a prima.

Em contato com o Acorda Cidade, a diretora da Fundação Hospitalar, Gilbert Lucas, que administra o Hospital da Mulher, informou que o município de Santo Amaro não é pactuado com obstetrícia no Hospital da Mulher. Ela confirmou que a maternidade de Santo Amaro está fechada, mas que o Hospital da Mulher já está com 38% dos atendimentos de pacientes de outros municípios.

“Mesmo não sendo pactuado avaliamos ela (sic), que não estava em trabalho de parto, e orientamos fazer uma cesária na unidade de referência para Santo Amaro. Com o fechamento da maternidade de lá não sei qual ficou com essa referência”, informou Gilbert Lucas.

Procurado pela reportagem, no início da manhã, o Hospital Geral Clériston Andrade afirmou que não há médico na unidade para realizar o parto. Mas, por volta das 9h30, a direção do hospital informou que autorizou o atendimento da gestante.