Com anexo parado e auditoria sem conclusão, presidente da Câmara de Feira propõe construção de nova sede

Mesmo após reformas recentes e com o anexo ainda inacabado, a Câmara Municipal de Feira de Santana voltou ao assunto de uma nova Casa durante a sessão desta terça-feira (4). O presidente Marcos Lima (União Brasil) afirmou que o atual prédio legislativo “já cumpriu seu papel histórico” e defendeu a construção de uma nova sede.

A declaração veio em resposta à proposta do vereador Pedro Américo (Cidadania), que sugeriu uma “troca” entre os prédios da Câmara e da Biblioteca Municipal Arnold Silva, localizada na Rua Professor Germiniano Costa, no centro da cidade.

Ao Acorda Cidade, Marcos Lima revelou que já enviou um ofício ao governador Jerônimo Rodrigues solicitando a cessão de um terreno estadual com cerca de 10 mil metros quadrados para viabilizar a obra. A expectativa é que a área seja localizada nos terrenos do estado, por exemplo, nas imediações do Centro de Convenções, próximo à Avenida Presidente Dutra ou onde o governo possa disponibilizar.

“Mesmo sabendo que o prédio anexo precisa ser reformado, nós vamos reformar, vamos finalizar esse prédio, mas o nosso intuito mesmo é ter uma nova Câmara, já que a cidade suporta isso, ter uma estrutura melhor para atender a população, para poder atender os gabinetes e a administração da casa.”

Custo “praticamente zero”

Um dos pontos mais chamativos da proposta é o modelo de financiamento. De acordo com o presidente, empresas privadas podem construir e entregar o prédio totalmente mobiliado, com pagamento parcelado a longo prazo, sem impacto imediato para os cofres públicos.

“Tendo esse terreno, tem empresas que podem fazer a construção desse prédio, entregar pronto, até mobiliado e existe uma modalidade de pagamento que você vai pagando 1% daquele valor durante um período, por exemplo, de 30 anos. E após completar esse valor, o prédio passa a ser do município. Então, não teria um custo de imediato para nós da Câmara Municipal ou para a Prefeitura de imediato. Nós iríamos pagando com décimo mensalmente um valor que era como se fosse um aluguel. Não é um aluguel, mas como se fosse”, explicou ao Acorda Cidade.

O destino do prédio histórico

Questionado sobre o destino do atual prédio da Câmara, tombado como patrimônio histórico, Marcos Lima afirmou que ele seria transformado em um museu político de Feira de Santana.

“No meu pensamento, continuaria ainda na administração da Câmara, porém, nós faríamos aqui um museu para contar a história política de Feira de Santana. Quem foi o prefeito, deputado, contar toda uma história e ficar para que as pessoas possam vir visitar, conhecer esse prédio tão importante que é histórico”, afirmou.

Obra inacabada

As obras de reforma da sede da Câmara de Feira começaram em setembro de 2023 e foram retomadas em fevereiro de 2024, após um período de paralisação. O prédio principal foi entregue em julho de 2024, mas o anexo, iniciado em dezembro de 2023, segue com obras paradas desde novembro do mesmo ano.

Uma auditoria realizada em março de 2025 apontou irregularidades na execução do contrato, e, em outubro, a Mesa Diretora criou uma comissão especial para investigar o caso. Ainda em outubro, o presidente Marcos Lima se reuniu com o Ministério Público para discutir os rumos da obra, mas ainda aguarda um parecer técnico sobre a empresa responsável pelo serviço.

Também na sessão desta terça (4), o vereador José Carneiro (União Brasil), líder do governo na Casa, voltou a cobrar a conclusão do anexo que permanece sem uso e sem previsão de entrega.

O vereador lembrou que, por conta da obra, os vereadores foram retirados dos seus antigos gabinetes e agora precisam pagar aluguel. Ele cobrou mais “energia” da presidência da Casa diante dos problemas da obra, que continua inacabada.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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