Laiane Cruz
Representantes da Comunidade Terapêutica Gênesis, situada no bairro Alto do Papagaio, em Feira de Santana, estiveram na Câmara de Vereadores, na manhã desta terça-feira (7), para pedir o apoio financeiro dos vereadores e do poder público municipal.
De acordo o sargento da polícia militar José Hilton da Conceição, diretor da entidade, o objetivo é dar andamento a projetos e reforma da unidade, a fim de melhorar a prestação do serviço, além de ofertar cursos profissionalizantes para os internos terem condições de adentrar ao mercado de trabalho, após a conclusão do tratamento.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
“O objetivo é conseguir verbas públicas para a comunidade. Nunca recebemos nenhuma subvenção, nenhuma ajuda do município, nem do estado ou da União. Mas já temos toda a documentação e queremos prestar contas. É uma comunidade que já existe há muitos anos e hoje chegou a vez de Feira tomar uma posição e nos ajudar. A situação da comunidade é boa, não falta nada, porque as pessoas que colaboram com a gente sempre suprem nossa necessidade. Agora os nossos projetos, como melhorias da unidade, cursos profissionalizantes, e muito mais, sem dinheiro, não dá para realizar. Temos reformas para fazer, e as doações não conseguem alcançar a reforma que precisamos fazer”, afirmou o sargento da PM.
Ele informou que atualmente a comunidade está com sede própria e acolhe dependentes químicos de álcool e drogas. No momento, 32 pessoas recebem tratamento no local, mas a capacidade do espaço é para 55 internos.
A assistente social e coordenadora da comunidade, Thayanne Caribe, esclareceu que a unidade só acolhe pessoas do sexo masculino, a partir de 18 anos, e também idosos. Os internos recebem todo o acolhimento social e técnico, assim como a família.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
“Ofertamos um acolhimento humanitário tanto para o adicto quanto para a família. E a gente faz todo o processo de triagem, anamnese social, e os encaminhamentos necessários para realização de exames laboratoriais, dar entrada em algum tipo de benefício social para o qual ele tenha o perfil. E a gente vem buscando também qualificar essa mão de obra para que esse adicto não saia após o tratamento sem nenhuma perspectiva. A gente qualificando essa mão de obra, a gente está provendo meios para que a partir do momento que o acolhido sair da instituição consiga se inserir no mercado de trabalho”, afirmou a assistente social.
Segundo ela, é feito também com a família um trabalho de fortalecimento de vínculos, a fim de preparar a família para receber esse interno e que tenha uma transição bem-sucedida.
“A gente sabe que não é fácil, eles são excluídos da sociedade, esquecidos muitas vezes pelas famílias, até pelas atitudes que eles costumam ter quando estão no uso. Então a gente faz todo esse trabalho social, técnico, para dar um novo significado para essas pessoas. A maioria chega à unidade em estado deplorável. Muitas pessoas que estavam em situação de rua e chegam só com a roupa do corpo, o cabelo e a barba grande, fazemos o acolhimento, doamos roupas, cortamos o cabelo, damos materiais de higiene. O primeiro passo começa daí. A maioria quando faz uso fica esquecido, sem nenhum tipo de cuidado”, afirmou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.