Feira de Santana

Coletivo antimanicomial discute fechamento do Hospital Lopes Rodrigues

A terapeuta ocupacional Denise Rosa deu mais detalhes sobre o objetivo dessas discussões.

Daniela Cardoso e Ney Silva

O coletivo antimanicomial, grupo formado por pessoas de diversos segmentos da sociedade e por servidores do hospital especializado Lopes Rodrigues, se reuniu mais uma vez em Feira de Santana. O grupo vem discutindo várias abordagens sobre a lei antimanicomial, que prevê o fechamento dos hospitais psiquiátricos e um novo modelo de atendimento aos pacientes com transtorno mental.

A terapeuta ocupacional Denise Rosa dá mais detalhes sobre o objetivo dessas discussões. “A gente está iniciando esse processo em Feira de Santana, essa é a segunda reunião, com um espaço de discussão e construção. Esse é um tema importante a ser debatido e a gente precisa pensar e discutir isso com a comunidade, os usuários e os familiares, e esse é nosso objetivo, além de mostrar o que se preconiza a política atual”, afirmou.

Denise Rosa destaca que a lei da reforma psiquiátrica foi aprovada desde 2001 e que é necessário saber como está a rede em Feira de Santana e o que as famílias vão fazer quando o Hospital Lopes Rodrigues não estiver mais funcionando.

Na opinião do psicólogo João Mendes é necessária uma maior participação da comunidade no coletivo antimanicomial. “Esse é um momento que precisa da adesão da maior quantidade de pessoas, que pensam na necessidade de humanização das práticas em saúde. Esse coletivo está sendo gestado em Feira de Santana, porque há um movimento em âmbito nacional e cada cidade precisa montar seu núcleo”, afirmou.

Cerca de 40 pessoas integram o coletivo antimanicomial em Feira de Santana. Segundo o psicólogo João Mendes, a tendência é aumentar esse número. Ele afirma que a ideia é ampliar os espaços de discussões, com um conjunto de outras atividades para esclarecer o que é a luta antimanicomial.

“Não é simplesmente lutar pelo fechamento dos manicômios, isso é uma parte importante, mas a gente está falando de uma reorientação do modelo de assistência em saúde mental. Isso não significa desassistência. Nós precisamos garantir assistência, o acesso aos usuários em diferentes outros espaços, como na atenção básica, nos Caps, nos hospitais gerais. Essa é grande questão”, ressaltou.

 

Fotos do repórter Ney Silva do Acorda Cidade