Problemas recorrentes, como emaranhados de fios, postes pegando fogo e riscos à rede elétrica, têm sido pauta constante em Feira de Santana. Para enfrentar essa situação, a Neoenergia Coelba está realizando a Operação Gatonet 2025, ação que busca retirar instalações clandestinas de telefonia e internet que comprometem a segurança da população e a estabilidade do fornecimento de energia.
Nesta semana, as ações chegaram a Princesa do Sertão, em pontos como a Avenida Maria Quitéria, no centro da cidade, e nos bairros Kalilândia e Ponto Central. O serviço deve se estender a todo o município.
Apenas entre os dias 1º e 5 de setembro, a distribuidora retirou mais de 13 toneladas de cabos irregulares em 12 cidades baianas, o equivalente a 116 km de fios, aproximadamente a mesma distância entre Feira de Santana e Salvador. Também foram removidas 450 caixas instaladas sem autorização, apontadas como principais causadoras de incêndios nos postes. Desde janeiro até agosto, já são 65 toneladas de cabos retiradas em toda a Bahia, número superior às 44 toneladas registradas no mesmo período de 2024.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o supervisor de Operações da Coelba, Gean Carlos Andrade, explicou que a ação é voltada para redes em situação de insegurança. Os riscos vão desde acidentes diretos à população até danos ao sistema elétrico, que deixam as pessoas sem fornecimento regular de energia.
“Se ela estiver em situação clandestina ou de insegurança, nós efetuamos a retirada, visto que isso se caracteriza como um risco para a população e também para o nosso sistema de potência. Para a população, pode ocasionar acidentes. Para o sistema de distribuição de energia, que leva energia para a casa das pessoas, pode causar incêndios e interrupções que geram perturbação aos nossos clientes”, afirmou.
Gean Carlos destacou que existem duas situações diferentes: os provedores clandestinos, sem convênio com a Coelba, e aqueles conveniados, mas que ainda assim podem apresentar redes inseguras.
“Eles utilizam topologias de rede que não são autorizadas, não foram planejadas e estão em desacordo com os padrões normativos. Isso se caracteriza como uma situação de insegurança. Mas pode acontecer de o conveniado também estar com a rede dele em situação de insegurança. Isso também é o objetivo da ação, em que efetuamos o reordenamento dessas instalações.”
Por que o poste pega fogo?
Segundo o supervisor, um dos principais fatores que levam a incêndios em postes é justamente a forma como esses cabos são instalados. As redes clandestinas geralmente utilizam “gatos”, as ligações ilegais de energia, para funcionar, o que já representa risco imediato. Além disso, os provedores costumam empregar fios de telefonia, que não são projetados para transportar energia elétrica, provocando aquecimento e possibilidade de chamas.
“Temos também equipamentos que não foram projetados para isso e que fazem a divisão do link de internet, os chamados suítes. Então, são suítes, muitas vezes residenciais, que não foram feitos para uso externo. Não são apropriados para lidar com intempéries, sol, chuva, constante umidade, e isso também pode causar curto-circuito desses equipamentos e um incêndio. Por isso existe nosso combate a esse tipo de instalação.”
Qual a responsabilidade da Coelba?
O supervisor reforçou que cabe à Coelba apenas a rede de baixa e alta tensão, ficando os demais fios sob responsabilidade das empresas de telecomunicação. No entanto, a irregularidade afeta diretamente a população.
“Os nossos clientes podem observar que a rede de baixa tensão é um cabo entrelaçado, trançado e grosso, bem visível. Já a rede de alta tensão fica no topo do poste, normalmente são três cabos que se destacam bastante. Da rede de baixa tensão para baixo, toda a parte de cabeamento é de telefonia e internet”, explicou Gean Carlos ao Acorda Cidade.
Ele reforçou que, além do impacto visual e dos riscos à vida, as instalações clandestinas trazem prejuízos à população e à empresa.
A Gatonet, além de preventiva, representa um custo elevado para a Coelba, que mantém equipes exclusivas para a retirada e reordenamento dos fios. Segundo Gean, a fiscalização é constante e pode levar à responsabilização nos casos em que redes irregulares causam acidentes.
“Prejuízo para a população, para o consumidor da Coelba, para aquelas pessoas que se servem dessa internet. Uma vez que são provedores não autorizados, eles não prestam serviço de qualidade ao consumidor. São redes clandestinas, podem ser desativadas a qualquer momento e apresentar instabilidade.”
O supervisor orienta que o consumidor consulte, no site da Neoenergia Coelba, os provedores conveniados de cada região, garantindo a contratação de serviços regularizados e mais seguros.
Como funciona o convênio das empresas de telefonia e internet com a Coelba?
Gean Carlos explicou que o convênio segue um processo rigoroso. A empresa interessada deve entrar em contato com o setor de uso mútuo da Coelba e apresentar um projeto detalhado da rede. Esse projeto é analisado pela área técnica e, somente após aprovação, a empresa pode instalar a rede conforme o planejamento. O procedimento garante segurança e evita interferências ou perturbações no fornecimento de energia elétrica.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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