Entre os dias 22 e 23 de agosto instituições de segurança e centros universitários participam do Congresso Internacional de Desastres em Massa (Cidem), um simulado que aconteceu na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Forças Militares, civis, entre outros setores que podem atuar em situações de desastre se reuniram para o simulado justamente com o objetivo de realizar um treinamento conjunto integrando os setores de segurança e saúde, para um trabalho conjunto.
O objetivo da ação é trocar experiências aproximando a realidade acadêmica ao dia a dia dos profissionais que estudam, treinam e atuam em situações de desastres.
Jeidson Marques, coordenador da ação falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre a importância do projeto que celebra 10 anos de existência em 2025.
“O Cidem é de Feira de Santana, ele surgiu aqui há 10 anos. Nós fizemos 10 anos, então fizemos algo comemorativo. Primeiro que para o mundo todo, a integração de instituições é um desafio. Então o maior objetivo desse evento é integrar instituições que terão que agir e já agem em situações de desastre.”
Jeidson explicou que foram pensados três diferentes cenários para o simulado. Um deles, realizado na última quinta (21), onde a situação seria um grupo armado entrando em uma festa. A segunda simulação, já neste sábado (23), foi a representação de um assalto que resultou em assassinatos, carbonização e desova dos corpos. E o terceiro cenário foi de uma acidente entre carretas que transportam produtos tóxicos, a exemplo da gasolina e amônia.
Os cenários são fictícios, mas também são inspirados em situações que podem ou já aconteceram, inclusive na região de Feira de Santana. A resolução dessas situações, pode depender de muitas mãos, Jeidson exemplifica polícias, guardas, DPT, bombeiros, Samu, exército, cada um com seus subdepartamentos.
“Essas instituições têm que ter o protocolo, saber seguir o protocolo de forma integrada para um não atrapalhar o outro, e colaborar. Então a resposta fica mais rápida, mais vidas são salvas, mais patrimônios são salvos, mais vidas animais são salvas. O projeto CIDEM propõe a integração das instituições.”
Profissionais de 20 estados brasileiros vieram para Feira de Santana para participar o evento, bem como profissionais de outros países
“Nós tivemos a presença de peritos de praticamente todos os estados do Brasil, foram 20 estados, e também nós tivemos profissionais de outros países como Portugal, Holanda, e tivemos também a participação do Equador.”
O delegado Maurício Freire, adido da delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo veio para participar com sua experiência no Cidem. Essa, não é a primeira vez que ele participa da ação.
“Eu vim aqui em 2023. Fomos convidados pelo professor Jeidson, pela universidade. Normalmente a gente participa, eu já com quase meio século de polícia, 48 anos de polícia, já participei de muitos simulados, mas nada assim com vários cenários simultâneos.”
O profissional atuou em um grave acidente aeronáutico recente que foi noticiado em todo o Brasil. Para ele, essa foi uma grande referência que reforça a importância da integração das forças de segurança do país.
“Numa catástrofe real isso faz toda a diferença, e o exemplo que a gente apresentou foi o acidente grande da VoePass em São Paulo que graças aos treinamentos, graças as simulações, a esse entrosamento foi mais fácil para as forças de segurança trabalharem integradas,conseguimos lá um resultado até muito rápido, porque às vezes cientificamente a gente tem que passar por uma série de processos, mas as famílias querem velocidade e a gente tem que equilibrar isso”, relata Maurício.
Também participou do evento, o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, Antônio Júlio Nascimento que tem uma vasta experiência em grandes eventos, momentos em que essa preparação precisa ser colocada em prática tanto para evitar, quanto para conter possíveis casos de desastres.
“Copa das Confederações, sorteio da Copa do Mundo, Copa do Mundo, Tocha Olímpica e a Olimpíada. Eu participei da preparação de todos esses eventos, treinando as forças públicas com a ferramenta Sistema de Comando de Incidentes, preparando elas para que elas tivessem uma oportunidade melhor para enfrentar um possível sinistro que poderia acontecer”
Para ele, é essencial este tipo de trabalho que permite o treinamento em grupo com instituições diversas, pois sem esse estímulo, o entrosamento pode não acontecer na hora da necessidade.
“Quando você demora muito de treinar, você acaba criando uma identidade só pessoal, você não consegue trabalhar em conjunto unificado. Então o treinamento e os exercícios de mesa e de campo são fundamentais para que as corporações, as agências, incluso a empresa privada também, possa adentrar o cenário e começar a trabalhar em conjunto”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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