O Centro Integrado de Comunicação (Cicom) recebe por dia cerca de 6.500 ligações. Desse número, cerca de 2 mil ligações são trotes, segundo informou o capitão Rosuilson Cardoso ao Acorda Cidade nesta sexta-feira (2). Segundo ele, um homem, que já foi identificado, passa cerca de 1.500 trotes diários ao Cicom.
Feira de Santana
Cicom recebe média de 6.500 ligações por dia; cerca de 2 mil são trotes
Segundo o capitão Rosuilson Cardoso, um homem, que já foi identificado, passa cerca de 1.500 trotes diários ao Cicom.
Daniela Cardoso
“Já informamos à Polícia Civil para adotar alguma medida, pois causa transtorno ao nosso trabalho. Não temos como adivinhar se é trote ou se é uma ocorrência real. Já identificamos o indivíduo, mas as coisas têm que ser feitas dentro da lei. A população ainda não conseguiu compreender a importância desse serviço para a manutenção das questões relacionadas à segurança pública e a defesa civil, mas ainda assim continuamos a fazer o nosso trabalho”, afirmou.
Durante a entrevista, o capitão Rosuilson esclareceu sobre as ligações recebidas pelo órgão na madrugada que ocorreu o incêndio em três madeireiras no bairro Brasília. Alguns moradores afirmaram que ligaram para o Cicom por volta de meia-noite e reclamaram da demora da chegada do Corpo de Bombeiros ao local, mas o capitão diz que o registro da primeira ligação foi por volta das 3h20 da madrugada.
“Temos registrado uma ligação às 3h20. Às 3h24, o Cicom foi acionado mais uma vez. Enquanto a pessoa vai falando, o atendente registra a ocorrência por escrito, além de termos o áudio da gravação, e logo depois repassamos a ocorrência para o 2º GBM. Se as pessoas estão reclamando que ligaram a partir de 1 hora da manhã, elas podem se dirigir até o Cicom para informar que houve essa comunicação, falar qual número originou a chamada, que faremos a busca no sistema e poderemos identificar se de fato houve a ligação”, explicou.
Rosuilson informou, ainda, que após acionar o Corpo de Bombeiros o Cicom começou a organizar um plano de contingência em apoio às viaturas que iam se deslocar até o local. “Ligamos para órgãos que dão apoio ao Corpo de Bombeiros nesse tipo de ocorrência, como a Via Bahia, entre outros”, afirmou. “Eu prefiro acreditar naquilo que vejo no sistema, que foi uma ligação às 3h20 da manhã. Não tinha razão de postergarmos a ocorrência de um incêndio, ou qualquer outra coisa”, completou.
Rosuilson Cardoso falou também sobre as dificuldades do Corpo de Bombeiros e do Cicom, que segundo ele, não atende somente Feira de Santana, mas uma área de 17 municípios, totalizando uma população de 1 milhão de pessoas. Rosuilson destacou que este não é um momento de procurar culpados, e sim de buscar uma solução para o problema.
“É necessário que exista uma reflexão sobre a necessidade de encontramos uma solução para esse problema em Feira de Santana. Os Bombeiros têm limitações e nós sabemos disso. A unidade dos bombeiros atende uma área de 120 municípios, uma área muito grande. Temos também que chamar a responsabilidade para os proprietários de estabelecimentos comerciais com relação ao cuidado que eles devem ter com o patrimônio e com as pessoas. Não é possível imaginarmos que um setor que trabalha com um material inflamável, que é a madeira, não tenha um mecanismo de prevenção a incêndio”, afirmou.
Estrutura do Cicom
O cicom foi inaugurado em fevereiro de 2013 e, segundo o capitão Rosuilson, tem como papel principal integrar as ações dos quatro órgãos que compõem a segurança pública do estado: a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Técnica. Ele destacou que, muito embora esteja localizado dentro das instalações do 1º Batalhão, o Cicom não é um órgão vinculado à Polícia Militar, e sim à Secretaria de Segurança Pública.
“Dentro do Cicom ficam diuturnamente policiais militares, civis e bombeiros militares para permitir que exista uma integração maior das ações nas ocorrências que envolvam essas funções. É um ambiente onde todos podem interagir e buscar ali mesmo uma agilidade maior no atendimento a uma ocorrência”, disse.
O capitão destacou que o papel do Cicom é recepcionar as ligações dos números 190, 193 e 197. Depois as ligações são direcionadas para o local específico. “Esse modelo de concentrar as ligações dá agilidade. Desde o ano passado, já registramos mais de 32 mil ocorrências, dessas, cerca de 5 mil foram para o Corpo de Bombeiros”, informou.
Demissões
Sobre as demissões ocorridas no final do ano passado, o capitão Rosuilson explicou que existem dois setores no Cicom; um que comunica diretamente com os órgãos e outro que é o call center, que era operado até o final do ano passado por funcionários terceirizados. Segundo ele, em dezembro houve o final do contrato e a relocação de policiais militares para a função. “Não houve interrupção dos serviços”, destacou.
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