Centro de Convenções de Feira de Santana recebe Festival de Sanfoneiros da Uefs com recorde de público

Pela primeira vez o Centro de Convenções de Feira de Santana foi palco do Festival de Sanfoneiros da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O evento, que está na 14ª edição, foi realizado na noite desta sexta-feira (23) e reuniu um grande público, superando as expectativas dos organizadores.

O Festival é um evento tradicional no calendário do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) e funciona a partir de um edital que permite que sanfoneiros de todo o Brasil se inscrevam. Uma comissão julgadora analisa os vídeos dos inscritos e define os nove candidatos selecionados para as quatro categorias do festival: regional de até oito baixos, regional acima de oito baixos, nacional e infanto-juvenil. Todos os selecionados receberam um prêmio de R$ 5.500,00.

Confira os selecionados desta edição

Uma grande ideia

Ao Acorda Cidade, Amali Mussi, reitora da Uefs contou que ficou surpresa com a quantidade de pessoas que comparecem ao Centro de Convenções.

“Quando finalizamos o 13º Festival, nós já começamos a planejar o 14º. Sempre tem uma inovação e neste ano a organização do Festival tem uma inovação, que é na forma como está proposta a apresentação dos sanfoneiros, e também nós incluímos o show no final. Além disso, outro fator que potencializou ainda mais o Festival dos Sanfoneiros foi a realização aqui no Centro de Convenções. Pode perceber, ele está lotado, lindo, foi uma aposta muito boa”, disse Amali Mussi, reitora da Uefs.

“Inicialmente a gente ia realizar no Cuca e recebemos a parceria de diversas secretarias do Estado. O público superou nossas expectativas. A gente preparou dois espaços: tem um espaço interno do teatro, um espaço externo, um espaço de convivência. O festival conta com transmissão ao vivo, mas superou nossas expectativas, porque todos os dois espaços estão lotados”, disse a professora Taís Dantas, coordenadora do evento.

Uma família de Caruaru

Como o sanfoneiro Ivson Santos, que veio pela quarta vez ao festival direto de Caruaru, no estado de Pernambuco. Ao Acorda Cidade ele confessou que, apesar da experiência, este ano o evento tem uma emoção a mais.

“Tocar aqui nesse festival é sempre muito legal para mim. E este ano, tocar junto com o Arthur, meu sobrinho, primeiro ano dele. Espero que muitos outros ele vá estar junto com a gente aí. É um dos anos mais especiais para mim”, disse o sanfoneiro.

Arthur tem sete anos e, pela primeira vez, vai tocar no Festival de Sanfoneiros da Uefs na categoria Infanto-Juvenil. Apesar da distância entre os estados, a viagem nem foi cansativa para quem está determinado a ser músico desde muito pequeno.

“Eu estou muito feliz. Eu comecei a tocar com 3 anos de idade. E o primeiro instrumento que eu comecei a tocar foi o pandeiro, que meu tio aprendeu com 12 anos e me ensinou. Hoje eu tô craque na sanfona, no pandeiro, na zabumba”, disse o garoto, que o grande plano para o futuro é ser músico.

Um feirense arretado na sanfona

“É um orgulho para mim, para meus amigos, para o pessoal que trabalha comigo, sempre é orgulho. Eu já perdi as contas de quantas vezes já participei”, disse o sanfoneiro Baio do Acordeon, que estava acompanhado da sanfona que ganhou do mestre Luiz Gonzaga.

Olinda não é só frevo

Ângelo Gabriel veio de Olinda, no Pernambuco. Ao Acorda Cidade ele falou que a experiência é muito gratificante. O sanfoneiro, que tem 16 anos, revelou que toca o instrumento desde os 5 anos.

“Está sendo uma experiência única, que eu nunca participei de um festival. E só gratidão, é muito gratificante estar aqui com outros músicos, com outros sanfoneiros, trocando ideias, trocando experiências, e é uma experiência única”, disse o músico.

Juazeiro do Norte é logo ali

Felipe Sanfoneiro participou da categoria regional acima de oito baixos e veio direto de Juazeiro do Norte, Ceará, para tocar pela primeira vez em um Festival de Sanfoneiro. Ao Acorda Cidade ele revelou que os cerca de 700 km da cidade natal até a Princesa do Sertão valeram muito a pena.

“A gente fica um pouco ansioso porque é a primeira vez, mas eu tinha boas expectativas. Toquei um repertório voltado ao forró, já que a nossa região, o Juazeiro do Norte, é bem pertinho ali do Exu, que é a terra do Rei do Baião. Então a gente tem muita referência do forró”, disse Felipe.

Sanfona, saberes e sabores

Quem foi até o Centro de Convenções na noite desta sexta-feira (23) em busca de um bom som de sanfona também teve a oportunidade de conferir de perto a Feira de Saberes e Sabores da Uefs. O evento, realizado em uma área externa, é resultado de um projeto de extensão desenvolvido pela instituição e traz ao festival produtos artesanais e culinária típica local, valorizando a economia criativa e os saberes populares da região.

“É uma oportunidade maravilhosa. Eu estou comercializando acessórios, eu trabalho a partir de tecido africano: colares, brincos, acessórios, no intuito de empoderamento feminino, negro, trabalho de trabalho”, disse Rosimeire Gonçalves, afirmando que é a quinta vez que participa do evento.

Arsene Toupe é do Benin, país do continente africano, e atualmente mora em Feira de Santana. Ao Acorda Cidade ele contou que estava muito feliz em participar da Feira de Saberes e Sabores realizada pela Uefs.

“Aqui tem o tecido, roupa da África, diretamente do Benin. A gente comercializa tudo lá. É a segunda vez que eu estou vendo nessa edição. Ano passado teve na Uefs e é uma oportunidade de venda. Eu estou fazendo venda para fazer a divulgação também do produto e da minha loja”, disse Arsene.

Confira mais fotos do evento