Feira de Santana

Cavalos soltos em ruas causam transtornos e riscos de acidentes, diz Centro de Zoonoses

A médica veterinária Mirza Cordeiro, coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ressalta o perigo e os problemas que os cavalos trazem para a população.

Ney Silva e Rachel Pinto


É comum em Feira de Santana ver animais soltos em vias públicas, principalmente cachorros e cavalos, e a presença deles é alvo de constates reclamações de condutores de veículos que temem ocorrências de acidentes. A médica veterinária Mirza Cordeiro, coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ressalta o perigo e os problemas que os cavalos trazem para a população.

“Temos um grande problema com cavalos. Quando chega ao final da tarde os donos não têm o cuidado de colocar o animal em um local adequado, com alimentação e água, ai soltam os animais em vias públicas para comer. Como está chovendo nos últimos dias, tem capim aparecendo, os animais vão para o anel de contorno, e além do capim eles acham o lixo, comem plástico, adquirindo problemas, como cólicas e podem vir a óbito”, disse.

Segundo a veterinária, a maioria desses animais é de propriedade de carroceiros. Quando eles são resgatados ainda com vida, geralmente apresentam fraturas e o procedimento indicado é a realização da eutanásia. Ela afirma que essa prática não é feita com satisfação pelos veterinários, já que o objetivo da veterinária é salvar a vida animal.


 

“É uma prática que nenhum veterinário quer fazer, a gente estuda para prevenir, salvar o animal e não fazer uma eutanásia, por irresponsabilidade das pessoas. Se as pessoas tivessem o cuidado, já que estão trabalhando com animal, de dar uma alimentação, um lugar, achar um lugar fechado para o meu animal ficar, isto seria evitado”, relatou.

O trabalho do Centro de Controle de Zoonoses de Feira de Santana tem o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Concessionária Viabahia. Segundo a coordenadora do CCZ, os locais que mais atendem os chamados do centro para o resgate de animais são Mangabeira, a região do Centro de Abastecimento, Conceição, Avenida de Contorno, próximo ao Conjunto Feira IX, Calumbi, e Conjunto Feira VII. Os animais que não são sacrificados, são retirados pelos seus donos mediante pagamento de uma taxa e muitas vezes voltam a mesma situação de ficarem nas vias públicas.


 

Mirza Cordeiro afirma que é feito um trabalho educativo e de conscientização das pessoas sobre os problemas dos animais soltos nas ruas, mas muitas pessoas ainda se mostram resistentes ao diálogo “A gente tenta fazer a conscientização, mas é muito difícil. Temos dificuldade de dialogar, devido à resistência das pessoas”, concluiu.

Ela informou ainda que quando um cavalo é apreendido a taxa para que seja liberado é de R$ 100. Além disso, é feita uma comunicação à polícia e o dono do animal responde a um inquérito que depois se transforma em processo criminal de pequeno potencial ofensivo por maus tratos aos animais.

Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade