Feira de Santana

Cardiologistas discutem uso de novos medicamentos para reduzir taxa de colesterol

O cardiologista Marcelo Bertolami, que palestrou no simpósio, falou sobre os medicamentos já disponíveis no mercado brasileiro e os novos remédios que prometem um tratamento mais eficaz para os pacientes com níveis altíssimos de colesterol ruim (LDL) no sangue.

Laiane Cruz e Ney Silva

Promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), regional de Feira de Santana, o I Simpósio Nacional de Dislipidemia reuniu, neste sábado (8), cardiologistas de Feira de Santana e Salvador, além de estudantes de medicina e outros profissionais de saúde. O evento foi realizado no hotel Atmosfera, no bairro Santa Mônica. A utilização de novas drogas medicamentosas na redução do colesterol foi uma das abordagens do simpósio.

O presidente da SBC em Feira, o médico cardiologista Israel Reis, informou que no evento foram abordadas a parte terapêutica das dislipidemias, desde a parte não medicamentosa, como a atividade física e hábitos de vida, quanto a parte da terapia medicamentosa, que são os inibidores da PCS k9, que estão chegando ao Brasil com o objetivo de tratar, sobretudo, aqueles pacientes que têm alterações genéticas como causadoras das dislipidemias.

“Para tratar desse assunto, tivemos a presença do doutor Marcelo Bertolami, que é o ícone das dislipidemias, grande estudioso e que publica muito nessa área. Ele é chefe da divisão do Dante Pasanese, de modo que o evento foi de extrema relevância. Tivemos a participação da maior parte dos cardiologistas da região, estudantes, educadores físicos, nutricionistas e tudo foi muito além daquilo que a gente esperava”, avaliou o médico.

O cardiologista Marcelo Bertolami, que palestrou no simpósio, falou sobre os medicamentos já disponíveis no mercado brasileiro e os novos remédios que prometem um tratamento mais eficaz para os pacientes com níveis altíssimos de colesterol ruim (LDL) no sangue.

“Nós temos hoje no mercado os medicamentos que são campeões para melhorar o colesterol e com isso reduzir o risco cardiovascular, que é o grande problema do colesterol alto, que são as estatinas, mas existem situações em que elas não são suficientes, ou porque os pacientes não as toleram de forma adequada ou porque nós não conseguimos chegar na meta que queríamos, apenas com a estatinas ou associando a outros remédios, e com isso temos a necessidade de novos medicamentos”, afirmou o especialista.

De acordo com Bertolami, foi lançado recentemente no Brasil dois produtos que são inibidores de uma proteína que se chama PCS k9, a qual destrói os receptores de LDL (colesterol ruim).

“O colesterol entra nas células por meio desses receptores e quanto mais receptor ativo funcionando melhor, o colesterol no sangue vai ficar baixo. Quanto menos receptores ativos, mais o colesterol fica alto e mais chances de ter a doença cardiovascular. Esses inibidores dessa proteína fazem com que mais receptores fiquem funcionando e menor o colesterol vai ficar. E o que nós estávamos esperando, e foi recentemente revelado e publicado num congresso é que isso reduz o evento cardiovascular”, explicou o cardiologista.

O profissional ressaltou ainda a importância de manter uma vida saudável, com atividade física regular e alimentação saudável. “Mais ou menos 30% das mortes no Brasil são por doença cardiovascular. É a doença mais prevalente. Antes era o Acidente Vascular Cerebral, mas hoje com o tratamento da pressão alta, que é a principal causa do derrame, isso melhorou muito e a doença coronária assumiu o primeiro lugar. Então morremos mais de infarto, e temos um longo caminho para melhorar isso. São mais ou menos 300 mil mortes por ano no Brasil”, revelou o médico.

Fotos do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.