
Está oficialmente aberta em Feira de Santana, o Novembro Azul, campanha de conscientização contra o câncer de próstata. A abertura aconteceu no Centro Municipal de Prevenção do Câncer Romilda Maltez (CMPC) e contou com a participação de autoridades das áreas de saúde. Começando nesta terça-feira (4), as ações educativas promovidas pelo prefeitura por meio da Fundação Hospitalar devem perdurar por todo o mês.
O segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no país, estima-se que somente este ano, mais de 71 mil novos casos sejam registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em Feira de Santana, em 2024, foram diagnosticado apenas no CMPC, 172 novos casos.

Pensando em chamar atenção para o problema, o Novembro Azul traz a solução com conscientização, incentivando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento.
Ao Acorda Cidade, a presidente da Fundação Hospitalar, Gilberte Lucas confirmou que serão disponibilizados diversos serviços gratuitos como exames, consultas, ultrassom de próstata, entre outras ações que possam reforçar a assistência para quem tem próstata.
Além do CMPC, os serviços também serão ofertados nos CMDIs (Centro Municipal de Diagnóstico por Imagem) da Avenida Maria Quitéria e do bairro Baraúnas.
“A gente faz alguns atendimentos aqui, passamos pelo médico especialista, a ultrassom de próstata e quando é detectado o câncer de próstata é encaminhado para as unidades de referência para tratamento, como a gente tem a Unacom e outras unidades da rede”, explicou ao Acorda Cidade.
A presidente também destacou o papel da informação no combate ao câncer, principalmente com os homens, que ainda enfrentam a resistência de cuidar da própria saúde.

“É importante reforçar, é importante que a gente possa cada vez mais orientar que eles possam procurar as unidades básicas de saúde, de tirar as dúvidas, sanar as dúvidas, essa concepção desses exames que são essenciais. É muito importante estarem realizando esses exames a prevenção é o melhor remédio.”
Outro alerta de Gilberte é a recorrência da doença em pessoas cada vez mais jovens. Antes o alerta para realização de check-up era para maiores de 50 anos, mas casos já estão sendo registrados em homens de 40, 35 anos.

“Procure um médico especialista se houver qualquer tipo de dificuldade, qualquer coisa estranha no seu corpo. Por isso tem a importância de a gente conhecer o nosso corpo. Falamos aí não só da parte física, mas mental, a questão, por exemplo, da atividade física, que reforça muito esse cuidado.”
O médico radio-oncologista do CMPC, Gustavo Mota, alertou ao Acorda Cidade sobre os fatores de risco para a doença. Para ele, os principais determinantes do câncer são os hábitos de vida e a questão genética.
“Quando a pessoa tem um parente de primeiro grau com câncer de próstata, ele tem que já ficar alerta, porque a probabilidade de ele ter um câncer de próstata é maior do que a população normal. E os fatores de risco que a gente tem, que são os hábitos de vida, o álcool, o tabaco, isso tudo influencia também no câncer de próstata.”

Para exames com PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, que são fundamentais para a detecção precoce do câncer de próstata e outras alterações na glândula prostática. Um dos sinais de alerta apontado pelo médico é a presença de sangue na urina.
“A partir dos 50 anos, o homem tem que fazer o toque retal e o PSA. Se ele tiver algum parente de primeiro grau com câncer de próstata, ele tem que começar a partir dos 45 anos. […] Quando está avançado, ele pode ter uma hematúria, que a gente chama, que é um sangramento na urina, aí o paciente tem que procurar logo o atendimento imediato para poder fazer o tratamento. Mas muitas vezes, na maioria das vezes, ele é silencioso, ele não tem sintomas, mas através do PSA e do toque retal, você pode suspeitar que tem um câncer, mesmo assintomático, mesmo sem sintomas”, indicou.

O médico também explicou sobre o HBP, a Hiperplasia Prostática Benigna, que é um aumento não-canceroso da próstata que afeta a maioria dos homens à medida que envelhecem, principalmente após os 50 anos.
“Muitas vezes o paciente tem sintomas devido ao HPB e não devido ao câncer de próstata. Então, o paciente, com o decorrer da idade, a próstata vai aumentando. E aí, muitas vezes, o paciente acaba tendo esses sintomas de obstrução, dificuldade de urinar, e tudo devido ao HPB e não devido ao câncer de próstata. Então, são duas coisas independentes.”
Para tratar a HPB, o paciente pode tomar uma medicação para diminuir o tamanho da próstata ou realizar uma cirurgia endoscópica chamada RTU (Ressecção Transuretral da Próstata), que remove o excesso de tecido que obstrui a uretra.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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