Vacine-se!

Busca por vacinação continua baixa em Feira de Santana, alerta coordenadora da Viep

Atualmente, o município conta com 103 salas de vacinação, oferecendo todas as vacinas do SUS, de forma integral e gratuita.

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vacinação contra a gripe
Foto: Wevylle Monteiro

A baixa procura por vacinas em Feira de Santana é motivo de preocupação para a Secretaria Municipal de Saúde do município. Em entrevista ao portal Acorda Cidade, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica (Viep), Verena Liberal, alertou que o abandono do calendário vacinal compromete a proteção coletiva e pode favorecer o retorno de doenças que já estavam controladas.

A Secretaria de Saúde de Feira trabalha com todos os imunizantes que estão dentro do calendário disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

Segundo Verena, as vacinas para crianças de 0 a 9 anos incluem BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, meningocócica, influenza, covid, febre amarela, tríplice viral, tetra viral, hepatite A, tríplice bacteriana e varicela. Para adolescentes de 9 a 14 anos, a vacinação se concentra em HPV, e de 10 a 24 anos, em meningocócica, DTP/DTPa, hepatite B, febre amarela, tríplice viral e dengue.

A vacina foi e continua sendo um dos avanços mais importantes da medicina, principalmente, dentro do contexto de saúde pública. Para a coordenadora, essa é a forma de proteção mais relevante para a população.

Busca por vacinação continua baixa em Feira de Santana, alerta coordenadora da Viep
Verena Liberal | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A pessoa que se imuniza, se protege, mas ela impede uma circulação viral dentro da sociedade e consequentemente a gente tem uma proteção coletiva. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação de vírus e menor a quantidade de pessoas adoecidas, menor a incidência do adoecimento na nossa sociedade.”

Ela explicou que, mesmo com todas as vacinas disponíveis, há contraindicações específicas, mas a maior parte das pessoas pode se vacinar normalmente. Por exemplo, quem apresenta sintomas leves, como gripe sem febre, pode receber algumas imunizações.

“As vacinações têm um público específico e algumas orientações específicas que ao chegar na unidade de saúde, todos os nossos profissionais de sala de vacina são capacitados e passam por atualizações frequentes para estarem de acordo com as normas técnicas para cada vacina. Uma dúvida que pode causar nisso, por exemplo, é: ‘Ah, eu estou gripada, eu posso tomar a vacina da gripe?’ Então, chegando à unidade de saúde, conversando sobre o seu estado de saúde, você vai receber a orientação e se é possível ser vacinado ou não. Mas já trazendo a resposta a essa pergunta, se a gente não apresenta sintomas graves nem febre, ele poderá, sim, realizar a vacinação. Caso contrário, a gente espera os dias da manifestação viral encerrarem para que ele pode voltar à unidade de saúde e ser vacinado”, explicou ao Acorda Cidade.

Foto: Jorge Magalhães

A coordenadora alertou para a queda na cobertura vacinal, especialmente da covid-19, que caiu drasticamente desde o fim da pandemia. Inclusive, os impactos desses dados já refletem sobre o aumento de casos e na circulação do vírus novamente.

“Observamos um movimento de diminuição de número de pessoas vacinadas de uma forma geral no nosso país. E isso é preocupante. A gente sai da pandemia com a vacinação de Covid em alta e, após a pandemia, essa vacinação diminui drasticamente. E o que a gente tem observado nesse cenário? O aumento do número de casos de covid na nossa sociedade e a resistência do vírus, inclusive com mutações virais. A covid é ainda um evento em saúde pública que a gente deve se preocupar. Existem pessoas no Brasil que adoecem, adoecem na sua forma grave e a gente ainda tem registro de óbitos por covid no Brasil.”

Essa é uma das doenças que, caso a sociedade continue com a baixa adesão aos imunizantes, pode retornar e se tornar algo preocupante para a saúde de todos.

Para reverter essa situação, a Viep realiza busca ativa, vacinação itinerante, ações em escolas e postos de trabalho, garantindo que a população tenha acesso aos imunizantes. Atualmente, o município conta com 103 salas de vacinação, oferecendo todas as vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS), de forma integral e gratuita.

“Em outros países, as pessoas pagam por doses de vacinas, mas aqui ela está disponível na população. Claro que, fruto do esforço coletivo da população que paga os seus tributos em dias, a gente não pode esquecer isso, mas está disponível para que a gente tome essa vacina.”

vacinação infantil
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

A coordenadora ainda alertou sobre a importância da vacinação desde o nascimento. Vale reforçar que doenças como o sarampo, difteria e rubéola não estão completamente erradicadas, mas foram controladas a ponto de quase desaparecerem no país. É justamente a vacinação que garante que elas não retornem.

“Graças à vacina, hoje na sociedade, a gente não vê mais pessoas nascendo com paralisia infantil. É um adoecimento que foi erradicado e é fruto de um processo de proteção desse imunizante, que é a vacina. As doenças negligenciadas, a tuberculose, estão aí aumentando no nosso Brasil. A gente precisa compreender que a vacina ainda é uma forma de proteção necessária e importante para continuar salvando as vidas.”

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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