Blocos tradicionais
Foto: Divulgação

Feira de Santana vive um novo capítulo de articulação cultural e social com a união de quatro importantes blocos tradicionais da cidade: Quilombo do Reggae, Quixabeira da Matinha, Tambores Urbanos e Cortejo Moviafro. A iniciativa nasce com o objetivo de potencializar ações afirmativas, ampliar o alcance de projetos sociais e fortalecer a preservação das culturas de matriz africana que historicamente marcam a identidade feirense.

Com trajetórias consolidadas, os quatro blocos têm presença marcante na Micareta de Feira de Santana, levando às ruas muito mais do que música e desfile. Cada um carrega histórias, ritmos e narrativas que dialogam com ancestralidade, resistência e pertencimento. Ao longo dos anos, tornaram-se referências não apenas no carnaval fora de época, mas também em ações educativas, culturais e sociais desenvolvidas durante todo o ano em comunidades periféricas e tradicionais do município.

Blocos tradicionais
Foto: Divulgação

O Quilombo do Reggae se destaca pela valorização da cultura reggae como instrumento de consciência social e identidade negra. A Quixabeira da Matinha, com seu samba de roda ancestral, é símbolo vivo da cultura popular do sertão baiano, reconhecida nacional e internacionalmente. Os Tambores Urbanos reafirmam a força da percussão afro-brasileira como linguagem de mobilização juvenil e expressão comunitária. Já o Cortejo Moviafro atua de forma multicultural, promovendo educação antirracista, valorização estética negra e fortalecimento de ações afirmativas.

Juntos, os blocos estimam alcançar cerca de 10 mil pessoas por meio de oficinas, formações, apresentações culturais, cortejos, ações educativas e atividades comunitárias. A união também traz uma perspectiva concreta de aumento considerável no número de participantes nos desfiles dos quatro blocos, fortalecendo ainda mais a presença popular e simbólica dessas entidades na Micareta e em outros eventos culturais da cidade.

Além do impacto direto nas comunidades onde atuam, a articulação coletiva reforça o compromisso com a preservação dos legados ancestrais, a transmissão de saberes entre gerações e a valorização das culturas negras como patrimônios vivos. Ao se unirem, os blocos reafirmam que tradição e inovação caminham juntas, e que a cultura é uma poderosa ferramenta de transformação social.

Essa união representa não apenas o fortalecimento institucional dos blocos, mas também um gesto político e cultural de aquilombamento, resistência e esperança. Em Feira de Santana, a ancestralidade segue pulsando nos tambores, nas vozes, nos passos e na coletividade que constrói, dia após dia, uma cidade mais diversa, justa e consciente de suas raízes.

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