Feira de Santana

Bebê com hidrocefalia precisa realizar cirurgias com urgência e espera há mais de 40 dias por regulação

Devido aos problemas, a alimentação do bebê é feita por sonda e com os vários dias de internação, já não está sendo possível sequer aplicar medicação, pois não há mais acesso para as veias.

Rachel Pinto

Um recém-nascido com hidrocefalia, que está internado há 42 dias na UTI neonatal do Hospital da Mulher em Feira de Santana, precisa passar por três tipos de cirurgia, com urgência. Além de ter a doença caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido no crânio, que aumenta a pressão e provoca o aumento do cérebro, ele nasceu também com o lábio leoporino e fenda palatina, respectivamente, fissura labial e abertura no céu da boca.

Devido a esses problemas, a alimentação do bebê é feita por sonda e com os vários dias de internação, já não está sendo possível aplicar medicação, pois não há mais acesso para as veias. O recém-nascido aguarda pela regulação para a realização das cirurgias e o processo se estende há mais de 40 dias porque não há vagas em hospitais que realizam o procedimento. Mais de 30 relatórios médicos já foram encaminhados pelo Hospital da Mulher para a central de regulação, mas até o momento não houve solução para o caso.

Gilbert Lucas, presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana confirma a situação da criança e a necessidade da realização dos procedimentos cirúrgicos . De acordo com ela, o hospital vem realizando todos os exames complementares necessários no recém-nascido e encaminhando diariamente relatórios médicos para solicitar a regulação.

“É uma criança que o hospital vem fazendo o que pode, com a realização de todos os procedimentos e os exames complementares necessários tanto internos, como externos. Estamos tentando regular há mais de 30 dias. Ele nasceu há 42 dias e mais de 30 relatórios foram encaminhados para a central de regulação. Diariamente a gente encaminha esse relatório e atualiza. É um caso cirúrgico e o Hospital da Mulher não é referência em cirurgia pediátrica de alta complexidade. Essa criança precisa ir para uma unidade de referência pediátrica de alta complexidade. A gente já solicitou um apoio para a Secretaria de Saúde do Estado, pedindo a transferência desse recém – nascido, porque a que a cada dia que passa, o quadro dele se agrava mais”, disse.

Segundo Gilbert Lucas, a criança está correndo risco de morte e a hidrocefalia do bebê é apresentada e forma extensa, necessitando de cirurgia imediata com a colocação de uma válvula para a drenagem do excesso de líquido do crânio.

Providências

Diante da situação do bebê e do problema da regulação, que depende da disponibilidade de uma vaga em um hospital que faça a cirurgia, a família também já buscou ajuda do Ministério Público. A mãe do bebê Andrea Cerqueira da Silva, afirmou que até o momento não houve nenhum resultado e ela está muito triste e preocupada com a situação do filho. Ela contou que o bebê sente muitas dores, devido ao acúmulo de líquido na cabeça e nem a medicação está sendo aplicada, pois a criança não tem mais acessos venosos.

“Já tentei no Ministério Público, mas até agora não tive nenhum resultado. Não me deram nenhuma resposta A cada dia a cabeça dele cresce mais. Ele sente muitas dores e os médicos estão fazendo o que podem para que ele não sofra. Tem que colocar urgentemente uma válvula na cabeça. E também fazer cirurgia do lábio superior e na língua. O céu da boca dele é aberto e ele está tomando o leite pela sonda. Não tem condições nenhuma de mamar. Eu apelo para me ajudar, ajudar meu filho em nome de Jesus”, disse emocionada.

Com informações e fotos do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.