Plano de Saúde e demissões em massa

Bancários de Feira de Santana realizam manifestações em duas agências da cidade 

Bancários realizaram manifestação na Avenida Getúlio Vargas, nas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco Itaú.

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Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Na manhã desta quarta-feira (17), bancários de Feira de Santana realizaram uma manifestação em frente a uma agência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Getúlio Vargas, para denunciar “ataques” ao plano de saúde da categoria. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Eritan Machado, desde 2017 foi imposto pelo governo federal à Caixa Econômica um teto de 6,5% para custear os gastos com o benefício. 

Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Em 2017, foi imposto pelo governo federal que a Caixa colocasse no seu estatuto um teto de custeio do plano de saúde de 6,5%. O fato é que esse teto de 6,5% impede que a Caixa cumpra o que foi firmado em acordo coletivo com os empregados, que é o pagamento de 70% das despesas do plano. E isso, obviamente, quando a Caixa não cumpre essa contraparte no acordo, sobra para os empregados custear o que precisa ser custeado”, afirmou ao Acorda Cidade. 

Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Tendo que custear o restante do valor, os empregados alegam incapacidade financeira para arcar com as despesas do plano. “Acabam subindo por conta da inflação e, com isso, as prestações do plano também se elevam. Então, nós estamos aqui denunciando para que a Caixa retire o teto de 6,5% do seu estatuto, fazendo com que ela cumpra o acordo coletivo”, acrescentou o presidente. 

Segundo Machado, o local da manifestação foi escolhido estrategicamente por sediar, além da agência, a superintendência da Caixa. 

“Esperamos que, com esse movimento aqui, mais colegas passem a participar dessa rede de manifestação, desse engajamento e que, a Caixa perceba. São pais e mães de família, que estiveram expostos durante a pandemia no pagamento do auxílio emergencial, que estão agora no pé de meia, são essas pessoas que estão com a saúde fragilizada e precisando do plano, e o plano não está cobrindo as despesas.” 

Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Nesta mesma manhã, manifestantes estiveram também na agência do Itaú, na avenida Getúlio Vargas, desta vez para denunciar as demissões em massa promovidas pela instituição financeira que vão deixar aproximadamente mil funcionários sem emprego em todo o país. Em Feira de Santana, de cinco agências Itaú, hoje só restam duas de portas abertas e uma modelo Personnalté.

Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Maria da Conceição Santana Rebouças, diretora de saúde do Sindicato dos Bancários, também falou sobre a manifestação que contou com pelo menos 16 funcionários. Ao Acorda Cidade ela confirmou que pelo menos três funcionários foram demitidos neste mês. 

Bancários de Feira de Santana
Maria da Conceição | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O Banco Itaú teve um lucro de R$ 22 bilhões em um semestre, não justifica a postura em demitir colegas. Só nessa agência foram demitidos três colegas, mas a nível nacional foram demitidos mil bancários e essa luta é uma luta nacional e a nossa também aqui em Feira de Santana. Para além dessas demissões, com esse lucro absurdo, o Banco Itaú vem tratando seus funcionários de forma desrespeitosa, com adoecimento, grande adoecimento dos bancários”, declarou Conceição. 

Ainda conforme a bancária, o percentual de participação dos lucros repassados pelos bancos, acordo firmado em convenção coletiva, é irrisório comparado aos bilhões lucrados pelas instituições.

“Temos na convenção coletiva a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), mas ela é 1,5% mais ou menos, ou seja, um nada. É um nada, porque esse lucro do Itaú de R$ 22 milhões foi à custa de muito suor, de muito adoecimento, de muita gente adoecida.”

Bancários de Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Não só dos trabalhadores, como a sociedade em si também é prejudicada pelo fechamento de agências e demissões de funcionários. Porque essa agência aqui da Getúlio Vargas está sobrecarregada. As pessoas estão trabalhando sob uma carga grande. Porque todos os clientes que eram das agências que fecharam, da presidente e da Maria Quitéria, estão todos lotados aqui. E aí o banco vem e demite mais três colegas. Imagine a sobrecarga que é”, acrescentou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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