Feira de Santana

Audiência debate qualidade do transporte e aumento da tarifa

Economista afirmou que a tarifa que hoje é aplicada na cidade é do ano de 2011, feita com base nos custos de 2010.

Daniela Cardoso

As condições do transporte público de Feira de Santana e um possível reajuste na tarifa foram discutidos na manhã desta quinta-feira (13) durante uma Audiência Pública realizada na Câmara Municipal a pedido do vereador Alberto Nery (PT), que também é presidente da Comissão de Infraestrutura, Transportes e Urbanismo da Casa Legislativa. 
 

 
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Alberto Nery defendeu a necessidade do debate, já que a população pede pela melhoria do setor. Ele disse que existe uma solicitação das empresas de ônibus da cidade pedindo um reajuste da tarifa, que atualmente custa R$ 2,35, para R$ 2,94, e afirmou que uma comissão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) está realizando estudos para saber se existe a necessidade do aumento e para qual valor. 
 

“É preciso esse debate com a contribuição de todos e, assim, chegarmos há algum encaminhamento para a melhoria do transporte de Feira”, destacou. 
 
O economista do Sincol (Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Feira de Santana), Roque Gomes, disse que a proposta do aumento de passagem foi realizada com base em um cálculo tarifário que considerou todos os custos que envolvem a operação das empresas de ônibus. 
 

 
Ele afirmou que a tarifa que hoje é aplicada na cidade é do ano de 2011, feita com base nos custos de 2010. Segundo o economista, de 2010 para 2014 houve um aumento de todos os insumos. 
 
Roque Gomes defendeu que, do mesmo modo que a tarifa deve ser justa para a população, deve dar sustentabilidade à operação das empresas. Ele ressalta que estudos foram realizados para chegar ao valor de R$ 2,94 e disse que a questão da qualidade não é um aspecto que compõe o valor da tarifa. “Esse trabalho deve ser executado pelos gestores da empresa, que devem buscar melhorar a qualidade”, afirmou. 
 
O deputado estadual Zé Neto, que também participou da audiência, disse que “o transporte coletivo de Feira é uma farsa”. Ele defendeu que o Ministério Público (MP) deve intermediar diversas questões relacionadas ao setor, inclusive o aumento da tarifa, e ainda falou sobre a implantação do BRT (Sistema de Transporte Rápido).
 
 
“Se vier o BRT só para o centro, será uma fantasia de cidade moderna. Como fica a situação dos bairros? Será apenas uma fachada com as pessoas aguardando horas para se deslocar. Fica todo mundo aqui falando bonitinho, mas o Sincol que manda no transporte coletivo da cidade. O transbordo foi um esquema montado para diminuir o número de ônibus e dar dinheiro aos empresários com o apoio do município e com a conivência de uma parte da Câmara”, afirmou.
 
O secretário municipal de Transportes e Trânsito, Ebenezer Tuy, disse que o município quer transparência no processo de aumento da tarifa e que estudos estão sendo feitos com seriedade.  
 
“Quando trabalhamos com numerários, não são somente números. O Sincol nos apresentou diversos documentos mostrando a necessidade desse aumento tarifário, mas precisamos também de balancetes para ter ideia do investimento feito pela empresa, pois poucos documentos que representassem a questão dos custos foram apresentados”, afirmou.
 
As informações são do repórter Paulo José Acorda Cidade