Daniela Cardoso e Ney Silva

Exame de alta complexidade para diagnosticar problemas nas artérias do coração, o cateterismo tem fila de espera que já chega a 100 pacientes em Feira de Santana. O exame é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Incardio (Instituto de Cardiologia).

A agente comunitária de Saúde Rosimeire Nascimento está com o pai, o aposentado Nivaldo Bispo dos Santos de 67 anos, nesta fila de espera. Segundo ela, a informação que teve ao procurar o Incardio, é que o aparelho quebrou e gerou essa fila.

“Em meados de outubro demos entrada no Incardio e até hoje estamos esperando. A informação que temos é para aguardar, mas percebemos que meu pai está piorando a cada dia, ele não era hipertenso, agora já está tomando remédio para pressão, ele não pode andar muito, não pode pegar peso e até para tomar banho ele está passando mal”, relatou.

Rosimeire Nascimento conta que a família fica preocupada com a situação do pai. “Tivemos a orientação que se porventura ele passar mal, a gente colocar o remédio do coração embaixo da língua e ir diretamente para policlínica ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento), só que a gente fica com receio, pois em um momento desse a pressão pode subir e ele enfartar. As condições dele no momento geram risco de morte”, afirmou.

De acordo com a filha do paciente, o exame de cateterismo teria que ser feito de imediato para prevenir que ocorra uma situação mais complicada. “Tem um relatório médico que pede cateterismo urgente e se é urgente é uma coisa para hoje, não para amanhã ou depois. Infelizmente estamos esperando e os responsáveis só pedem que a gente aguarde. Eu não sei mais o que fazer”, disse.

A médica cardiologista, Ivana Delamonica, diretora técnica do Incardio e da Santa Casa de Misericórdia, confirmou que a quebra e a substituição do aparelho responsável pelos exames, fez gerar tanta demora para a realização de cateterismos em Feira de Santana.

“Tínhamos um equipamento que era a máquina de hemodinâmica, que era antiga e vivia dando manutenção. Cada manutenção, além de ter um custo muito alto, por vezes ficávamos com o serviço interrompido. Esse ano a Santa Casa adquiriu uma máquina nova com um custo altíssimo, mas para poder instalar, a gente precisou desmontar a antiga, reformar a sala e montar a nova. Isso levou cerca de 90 dias, por não ser um serviço simples”, explicou.

De acordo com ela, devido ao atraso gerando pela instalação da nova máquina, o hospital aumentou a produção para compensar os cerca de três meses parados. “Aumentamos o número de exames para poder compensar, mas sempre vai ter gente que vai ter que esperar, pois a procura é muita e os exames são solicitados por todos os cardiologistas da região, não só de Feira de Santana”, afirmou.

A médica explicou ainda que os pacientes internados no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), no Dom Pedro e nas Upas, têm prioridade no atendimento. Segundo ela, muitos pacientes que já aguardavam há algum tempo foram atendidos e que os que estão na fila serão atendidos de acordo com as vagas.

Segundo a médica Ivana Delamonica, o objetivo do cateterismo é de diagnosticar qual é a artéria do coração que tem lesão para definir o tratamento.