Feira de Santana

Após incêndio, autoridades discutem retirada de barracas da Sales Barbosa

A reunião ocorreu na Câmara dos Dirigentes Legistas (CDL) e contou com a participação de representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Coelba, Embasa, Defesa Civil, Governo Municipal e comerciantes.

Daniela Cardoso

Após incêndio ocorrido na última sexta-feira (1º), que atingiu várias lojas no centro comercial de Feira de Santana, uma reunião, que durou cerca de 2 horas e 30 minutos, discutiu, na noite de ontem (4) a situação da Rua Sales Barbosa, local onde existe grande concentração de barracas.

A reunião ocorreu na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e contou com a participação de representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Coelba, Embasa, Defesa Civil, Governo Municipal e comerciantes. O foco da reunião foi a retirada das barracas da Sales Barbosa.

O presidente da Associação Comercial de Feira de Santana, Marcelo Alexandrino, afirmou que o posicionamento dos órgãos que participaram da reunião, é tomar ações concretas. Ele afirmou que é preciso agir de imediato e que não se pode esperar a construção do shopping popular.

“Vimos todos se posicionando e com isso vamos fazer outra reunião na quinta-feira (7) para poder sair com um documento para o Ministério Público, que deve ser o órgão a fiscalizar o poder público. Precisamos agir, não podemos esperar a construção desse shopping popular para daqui a um ano. Não temos mais esse tempo. Depois de amanhã pode ter outro incêndio. Vamos esperar o que?”, questionou.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Luiz Mercês, afirmou que o poder municipal deve tomar uma posição diante do problema. Ele cobrou uma atitude do prefeito José Ronaldo de Carvalho e disse que a população não deve continuar aceitando a atual situação da Rua Sales Barbosa, como se fosse normal.

“Acham que tirar o ambulante daquela situação é oprimir as pessoas. Não se trata disso. Ali as pessoas com baixa mobilidade não podem mais nem transitar. Acho que a gente tinha que usar a palavra basta. O que perdeu, perdeu e que isso sirva de consolo e que a gente tenha uma visão do futuro. Poderíamos ter quatrocentas empresas devastadas, poderíamos ter cerca de cinco mil vagas de empregos extintas, poderíamos ter uma centena de pessoas mortas e é preciso que todos entendam que não podemos mais conviver com essa situação”, desabafou.

O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Junior, afirmou que deve se buscar as soluções, dentro de uma visão de relatório técnico, com documentos que defina o que cada órgão deve fazer. “A gente tem aqui essa possibilidade de criar um grupo que vai avaliar e apresentar propostas para que atitudes sejam tomadas com relação a esse problema”, disse.

Possíveis causas do incêndio

Para o major Tarcísio, do Corpo de Bombeiros, um curto-circuito é uma provável causa de ter provocado o incêndio. Mas ele alerta que somente uma perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vai poder determinar oficialmente as causas do incêndio. “Pela experiência, pela fiação que existe nas ruas Sales Barbosa e Tertuliano Carneiro, provavelmente, esse incêndio foi causado por um curto-circuito em um local de fácil combustão. Houve o curto-circuito e muito material de plástico, de papel, causou essa tragédia”, avaliou.

Ações de combate a ligações clandestinas de energia 


A gestora da Coelba, Cleriane Rodrigues, afirmou que ações já são realizadas para fiscalizar ligações clandestinas de energia elétrica na Rua Sales Barbosa. Ela afirmou que essas ações serão intensificadas com a ajuda da Polícia Militar. Cleriane ainda explicou quais os critérios para fazer ligação de energia em barracas da Sales Barbosa.

“As ligações acontecem como em todas as outras solicitações. O cliente vai até a nossa agência de atendimento, informa a carga que será instalada, apresenta a documentação e faz o pedido da ligação. Se é comércio, ele apresenta o alvará. Na Sales Barbosa, especificamente, é necessário que a gente faça um levantamento das ligações já realizadas. Hoje só atendemos através do alvará”, informou. 

O major Lúcio, da Polícia Militar, confirmou que vai fiscalizar os ‘gatos’ de energia junto com a Coelba na Rua Sales Barbosa. “Com a Coelba fazendo o papel dela, vamos sempre apoiar. A ação pode começar desde já, pois a situação é grave e carece da atenção de todos”, afirmou.

Prejuízos 

O comerciante Barreto, que é o dono de todo o material da loja ABC e dono do prédio da Só Festas, ambas atingidas no incêndio, disse que o prejuízo foi muito grande. Ele atua no ramo há 25 anos e contava com a contribuição de 24 funcionários.

“Estamos esperando a avaliação da perícia para saber exatamente onde o incêndio começou. Estamos negociando o pagamento das dívidas em pequeno e médio prazo. O nosso sistema foi todo danificado e não sei exatamente quanto a gente deve. Eu tentei recuperar algumas coisas, mas o medo de o prédio desabar foi grande e eu me retirei da loja. Já conversei com todos os funcionários e tudo vai ser solucionado”, afirmou. 

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Com informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade