Daniela Cardoso
Após uma tentativa de assalto a uma loja no centro de Feira de Santana, no último sábado (22), que causou pânico e correria, consumidores e comerciantes ficaram com a sensação de insegurança. O radialista, Danilo Freiras, que estava em ponto de ônibus na avenida Senhor dos Passos, contou ao Acorda Cidade o que viu.
“As pessoas disseram que tinham homens armados saqueando as lojas, mas eu não vi ninguém armado, nem ouvi tiros. Só vi muitas pessoas correndo tentando se proteger dentro das lojas, que com medo fecharam as portas”, relatou.
Um grupo de comerciantes esteve nesta manhã (24) no programa Acorda Cidade, onde relatou a situação e cobrou mais segurança. Roberto Carlos, da JR Confecções, disse que o movimento no sábado estava muito bom e depois do ocorrido o centro comercial ficou vazio, prejudicando as vendas.
“Nós que estávamos com as lojas abertas é que sentimos a dificuldade. O movimento estava muito bom, a loja estava cheia e depois desse corre-corre as lojas tiveram que fechar as portas”, afirmou.
Roberto ainda falou sobre o desespero das pessoas, que segundo ele, entraram correndo nas lojas e chegaram, inclusive, a passar mal. Ele cobrou atenção das autoridades e pediu providências.
“Quatro senhoras desmaiaram, sendo que duas estavam grávidas. Foi um desespero total e a gente começa a imaginar a situação da Sales Barbosa. Se ocorrer alguma coisa, não tem como as pessoas saírem. Diante da situação viemos fazer um apelo e pedir as autoridades que tomem alguma providência. O centro da cidade não pode permanecer do modo que está”, ressaltou.
De acordo com o comerciante, João Neto, da J. Neto Confecções, as pessoas entram na loja para se proteger e os vândalos se aproveitam para furtar. “Um foi passando a notícia para os outros e gerou uma confusão.”
André Melo, da Camarim Confecções, disse que procurou um policial, mas não encontrou. Segundo ele, um efetivo só chegou depois de quase uma hora, mas a confusão já havia passado.
“Foi um caos e um prejuízo total. A proporção foi tamanha que as pessoas se assustaram e naquela euforia, se prolongou para outras ruas do centro da cidade. no sábado ia ser o melhor dia de faturamento e por volta das 15 horas as lojas já estavam fechadas. Tivemos a informação de que houve o assalto e também que várias lojas foram saqueadas. Na minha loja uma mulher saiu tão desesperada que esqueceu o filho”, relatou.
Manuel Neto, da Vitor Modas, informou que muitas pessoas saíram machucadas. “Devido aos carrinhos de mão espalhados desordenadamente no centro de Feira, muitas pessoas se machucaram. O Samu não conseguia chegar aos locais, por causa do pânico e da correia, então isso é um alerta para as autoridades. É necessário ter mais organização”, declarou.
O Comandante da 64ª Companhia Independente, Major Amon Pereira, que cobre o centro da cidade, disse que com o alvoroço causado pelo pânico das pessoas, alguns vândalos se aproveitaram da situação. Ele ainda reconheceu que o efetivo não foi suficiente para o número de pessoas transitando pelas ruas.
“Houve um alvoroço onde vândalos queriam se aproveitar da situação. tiveram também alguns boatos, de que houve disparos com arma de fogo, mas isso não é verdade. As pessoas não viram o que aconteceu, apenas ouviram coisas infundadas e entraram em pânico.”
De acordo com o Major Amon, o efetivo foi reforçado nesta segunda-feira (24) na rua Sales Barbosa.