Daniela Cardoso
Após 21 dias de greve, trabalhadores da indústria de pneus Pirelli, unidade Feira de Santana, retornaram ao trabalho na segunda-feira (11). Cerca de 1.600 funcionários reivindicavam os direitos trabalhistas. Genazio Bispo de Jesus, presidente em exercício do Sindborracha, explicou como foi feita a negociação.
“Como não houve acordo, procuramos o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e na primeira audiência de conciliação, no dia 7 deste mês, como as duas partes estavam divergindo, coube uma arbitragem do Ministério Público do Trabalho (MPT). O promotor fez uma proposta intermediária, que seria o retorno imediato ao trabalho, readmissão de todos os trabalhadores demitidos no período da greve, sem justa causa, estabilidade no emprego de 60 dias”, informou.
Genazio disse que foi realizada uma assembleia com cerca de 200 trabalhadores e a maioria aceitou a proposta. Porém a Pirelli não aceitou na sua totalidade. O sindicalista informou que como o MPF e o DRT sentiu que houve uma aceitação dos dois lados, deu um prazo de 48hs que venceria na segunda-feira a meia noite. Dentro do prazo a Pirelli se pronunciou e disse que aceitaria, apresentando uma proposta razoável. Então o acordo judicial foi aceito.
“A Pirelli aceitou readmitir os trabalhadores, pagar os salários e a estabilidade, mas essa só daria aos funcionários demitidos. Então ficou certo que retornaríamos a fábrica para trabalhar, todos foram readmitidos de imediato, os salários devem ser devolvidos até amanhã e a estabilidade de 60 dias”, informou.
Genazio Bispo disse ainda que o dissídio coletivo continua em aberto. “A primeira reunião de conciliação seria amanhã, mas fomos informados que a Pirelli entrou no Tribunal pedindo um adiamento por oito dias, para ela reabrir as negociações. Se a proposta for razoável e os trabalhadores aceitarem, leva para o Tribunal homologar, se a proposta não satisfazer o trabalhador, vai para julgamento normal”, explicou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade