Professor Antônio Carlos Bastos Magalhães ACM
Professor Antônio Carlos Bastos Magalhães

Por décadas, parte significativa da história de Feira de Santana ficou preservada não apenas em livros, relatos ou arquivos públicos, mas nas imagens produzidas por uma família que fez da fotografia um compromisso com a memória coletiva. Ruas, praças, eventos e personagens da cidade foram registrados graças à dedicação dos Magalhães, um sobrenome que se tornou sinônimo de documentação visual no município.

A origem desse legado remonta a Antônio Ferreira Magalhães, um entusiasta da fotografia em uma época em que o processo ainda exigia paciência, técnica artesanal e paixão. Foi ele quem inaugurou, em meio a equipamentos rudimentares e câmeras analógicas, o percurso profissional que marcaria gerações.

Antônio Ferreira Magalhães
Antônio Ferreira Magalhães

Crescendo nesse ambiente, os filhos seguiram naturalmente o ofício. O primogênito, Antônio Carlos Bastos Magalhães, destacou-se cedo pela sensibilidade singular para a luz e pela atenção minuciosa aos detalhes. Já o irmão, Jorge Luís Bastos Magalhães, também abraçou a vocação familiar, trazendo novas interpretações estéticas e métodos próprios, o que reforçou ainda mais a presença dos Magalhães na fotografia local.

Na residência da família, fotografar não era apenas uma atividade profissional: era parte da rotina e um compromisso com a preservação da história da cidade. Cada membro, com seu estilo particular, ajudou a formar um acervo visual que hoje é referência para pesquisadores, jornalistas, historiadores e curiosos sobre a evolução urbana e social de Feira de Santana.

Jorge Magalhães, Antônio Ferreira Magalhães (Pai) e, Antônio Carlos Bastos de Magalhães
Jorge Magalhães, Antônio Ferreira Magalhães (Pai) e, Antônio Carlos Bastos de Magalhães

Um dos registros mais simbólicos do início da trajetória da família é uma fotografia feita por Antônio Ferreira Magalhães durante a primeira feira livre do Centro de Abastecimento, na foto aparecem Antônio Carlos Bastos de Magalhães ao lado de seu avô José Ferreira Maia, o histórico Juca. A imagem representa não apenas um documento visual da época, mas um testemunho da vocação do pai para registrar o cotidiano feirense e construir um arquivo valioso para as gerações futuras.

ACM em momento histórico na primeira ferinha no Centro de Abastecimento com o avô Juca da Crioula
ACM em momento histórico na primeira ferinha no Centro de Abastecimento com o avô Juca da Crioula

O olhar de Antônio Carlos sobre Feira de Santana

Professor Antônio Carlos Bastos Magalhães ACM
Professor Antônio Carlos Bastos Magalhães

Com o passar dos anos, Antônio Carlos tornou-se um dos principais responsáveis pelo retrato visual da cidade. Suas lentes acompanharam transformações arquitetônicas, mudanças culturais, manifestações populares e momentos que marcaram a identidade feirense.

Ainda no início da carreira, viveu um episódio marcante que se tornou um divisor de águas em sua vida profissional: na inauguração da Estrada do Feijão, na década de 1980, ficou frente a frente com seu xará, o então governador Antônio Carlos Magalhães, o famoso “ACM Cabeça Branca”. O encontro rendeu um abraço espontâneo do governador, gesto que Antônio Carlos guarda até hoje como um símbolo de reconhecimento e um marco definitivo de sua importância crescente na cobertura fotográfica baiana.

Outro ponto decisivo de sua trajetória foi a virada pessoal motivada pelo dom da imagem. Antônio Carlos chegou a estudar no seminário dos frades capuchinhos, inclinado à vida religiosa. No entanto, a paixão pela fotografia falou mais alto e transformou completamente seu rumo. O talento o levou a romper caminhos e a se tornar o primeiro cinegrafista da TV Subaé, papel que ajudou a consolidar sua experiência técnica e narrativa na televisão.

Seu trabalho extrapolou o registro técnico: ele captou sentimentos, movimentos, expressões e atmosferas, permitindo que Feira de Santana se reconhecesse nas próprias imagens.

Hoje, Antônio Carlos é visto não apenas como herdeiro do ofício, mas como um dos pilares da fotografia regional. Reconhecido pela precisão do olhar, pela ética profissional e pela coerência estética, tornou-se referência para novos fotógrafos e pesquisadores da imagem.

Mais de 20 anos à frente da divisão de fotografia e filmagem da prefeitura de Feira de Santana

Há mais de duas décadas, Antônio Carlos chefia a Divisão de Fotografia e Filmagem da Prefeitura de Feira de Santana. Nesse período, acompanhou gestões, transformações urbanas, grandes obras, marcos administrativos e eventos que hoje compõem o imaginário institucional da cidade. Sua atuação garantiu organização técnica, preservação e continuidade do acervo visual municipal.

A caminhada na fotografia política

A trajetória de Antônio Carlos também se entrelaça com a fotografia política. Um marco importante dessa caminhada ocorreu quando, pela primeira vez, ele foi responsável pela imagem oficial de campanha de um então candidato a deputado estadual: José Ronaldo de Carvalho, hoje prefeito de Feira de Santana.

O político escolheu uma das fotografias produzidas por Antônio Carlos para estampar seu cartaz de campanha, gesto que simbolizou confiança e marcou o início de uma relação profissional que influenciou a estética política local.

José Ronaldo de Carvalho
José Ronaldo de Carvalho | Foto: ACM/Secom PMFS
José Ronaldo de Carvalho 10/2025
José Ronaldo de Carvalho | Foto: ACM

Premiações, concursos e feitos marcantes

A dedicação da família Magalhães à fotografia sempre foi acompanhada por reconhecimento. Antônio Carlos, seu irmão e o pai participaram de inúmeros concursos da Associação dos Fotógrafos Profissionais de Feira de Santana, do Sindicato dos Fotógrafos e de eventos ligados à imagem. Em muitos deles, Antônio Carlos conquistou o primeiro lugar, recebendo o título de Melhor Fotografia do Ano uma prova constante de sua qualidade técnica e sensibilidade artística.

A busca pelo registro perfeito levou os irmãos a experiências pouco comuns entre fotógrafos tradicionais: ambos realizaram saltos de paraquedas e voos de ultraleve diversas vezes para captar imagens aéreas inéditas da cidade e de seus arredores, reforçando o compromisso com a inovação e com o olhar diferenciado.

Além da trajetória artística, o fotógrafo atua como professor universitário, função em que transforma a experiência acumulada em formação. Ele ensina não somente técnicas de composição, iluminação e linguagem visual, mas valores fundamentais para quem se aventura no campo da imagem: respeito pelo instante, cuidado com a memória e compromisso com a verdade documental.

Primeiro trabalho da matéria de fotografia com alunos do curso de Publicidade e Propaganda do primeiro semestre na Unef, turma de 2025
Primeiro trabalho da matéria de fotografia com alunos do curso de Publicidade e Propaganda do primeiro semestre na Unef, turma de 2025

Cronista visual da cidade

A amplitude de sua atuação fez com que Antônio Carlos fosse reconhecido como um verdadeiro cronista visual de Feira de Santana. Seu trabalho funciona como ponte entre gerações, garantindo que recordações que poderiam desaparecer na passagem do tempo permanecem vivas e acessíveis.

A família Magalhães, portanto, não apenas fotografou Feira de Santana; ela ajudou a escrever, moldar e preservar a identidade de uma cidade em constante transformação. Tudo isso porque, desde o início, tiveram um pai com a visão clara: registrar fatos da vida, do cotidiano e do desenvolvimento urbano para que o futuro pudesse entender quem fomos e como vivemos.

Confira a emocionante história da família Magalhães e o legado inestimável do professor Antônio Carlos Bastos de Magalhães para Feira de Santana! https://acervomagalhaes.netlify.app/

Projeto

Este conteúdo faz parte de um projeto desenvolvido pelos estudantes do segundo semestre do curso de Publicidade e Propaganda 2025.2 do Centro Universitário UNEF, em Feira de Santana – Bahia. A iniciativa teve como objetivo pesquisar, organizar e apresentar parte do acervo pessoal do professor Antônio Carlos Bastos de Magalhães, contribuindo para valorizar e eternizar a memória de uma figura fundamental na construção da identidade visual e cultural da cidade.

O trabalho foi conduzido com rigor acadêmico e sensibilidade histórica, reforçando a importância de reconhecer e preservar trajetórias que marcaram Feira de Santana e influenciaram gerações.

Créditos da Produção

Johanna Cintra – Atendimento

Rayssa Gabriele – Atendimento

Guilherme Costta – Redação

Danielle Costa – Direção de Arte

Maria Clara Mota – Audiovisual

David Freitas – Audiovisual

Guilherme Damasceno – Programação e Tráfego Pago

Thainara Oliveira- Criação

Cauã Pereira – Criação

Feira de Santana, Bahia, Brasil- 2025

Confira mais fotos:

Antônio Ferreira Magalhães

Ipê Roxo florido na av. Maria Quitéria em feira de Santana -bahia – 29 de outubro de 2009

Fogueira de São João 2009 em Jaiba, distrito de Feira de Santana – 23 de junho de 2009

SHOW DE CARLOS PITA NO SÃO JOÃO DE SÃO JOSÉ- 20 de junho de 2009

Maré baixa – Praia de Cabuçu – 14 de julho de 2009

23 de junho de 2011

Acervo pessoal de equipamentos ACM

Acervo pessoal de equipamentos

Antônio Carlos Bastos de Magalhães (ACM)