Comemorado na última quarta-feira, o 18 de maio celebrou o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Embora seja um único dia, a campanha se estende por todo o mês através do Maio Laranja e chama atenção da sociedade para o número de casos que ocorrem na cidade. Até o momento foram 115 casos registrados e o grande alerta é que os abusadores geralmente são pessoas próximas das crianças e adolescentes e estão no convívio familiar.
Em Feira de Santana, as atividades de conscientização e informação estão sendo realizadas em órgãos públicos, escolas públicas da rede municipal e estadual, além de escolas da rede privada.
Ao Acorda Cidade, o conselheiro tutelar, Antônio Correia do Conselho Tutelar I, destacou que as campanhas devem continuar, chamando à atenção da sociedade, para que a violência seja cessada.
“Já estamos fazendo esta campanha em prol do Dia Nacional, desde o dia 1º de maio e se estende até o final do mês. Já realizamos palestras no Ministério Público, Defensoria Pública, nas repartições da prefeitura municipal como nos Creas e nos Cras, além das escolas da rede pública municipal e estadual, e as escolas da rede privada. Já estamos planejando realizar novas palestras, pois o nosso foco é propagar esta campanha de combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, pois neste mês, que convidamos à sociedade para nos apoiar e assim, encerrar esta violência”, informou.
De acordo com a Antônio Correia, apenas na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), 60 casos de abusos já foram registrados.
“Nós temos a informação que na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), até o presente momento, cerca de 60 casos de abusos e exploração sexual contra crianças e adolescentes, já foram registrados. De acordo com os nossos dados aqui, somando os quatro Conselho Tutelares, nós temos mais 55 casos, tudo isso registrado entre o dia 1ºde janeiro, até o dia 30 de abril”, informou.
Segundo Antônio Correia, a maioria das vítimas são crianças e adolescentes do sexo feminino.
“Geralmente, o perfil das crianças é mais voltado para o sexo feminino, muito embora, já temos aqui registrados, casos de abusos contra meninos e a faixa etária da idade, vai entre 3 até 13 anos de idade e por incrível que pareça, os agressores fazem parte do seio familiar. Podemos dizer que pelo menos, 95% dos casos, é desta forma. As vezes é na figura do pai, do padrasto, do irmão, do primo, tio, avô, são estes que mais tem aproximação com a vítima, e às vezes quem faz a denúncia, é um vizinho, uma vizinha que está passando por ali e observa a situação. Infelizmente a própria genitora também sofre a agressão, o abuso sexual que por muitas vezes, é o próprio marido, porém muitos casos não são expostos por situação financeira. Muitas mães ficam imaginando que se denunciarem, como é que vão criar o filho, a filha, como vão se manter, se toda a renda era do marido, mas aqui, a gente faz o alerta, pois o município de Feira de Santana tem o sistema de garantia dos direitos voltados tanto para a criança e para o adolescente, quanto a mãe. Hoje nós temos o Centro de Referência Maria Quitéria, onde as vítimas são acolhidas neste sede, e a partir deste momento, passam a ter um acompanhamento”, explicou.
Ao Acorda Cidade, Antônio Correia informou que após a denúncia realizada, o Conselho Tutelar encaminha a situação para a delegacia responsável, para que o caso seja investigado.
“Quando a gente recebe as denúncias aqui em nossa própria sede, nós precisamos verificar se todas as informações possuem procedência. Na certeza disso, encaminhamos um ofício, requisitando que a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), possa fazer todo o processo de investigação. Muitas vezes, a gente recebe denúncia dos Creas, dos Cras, das escolas, e isso é de suma importância, para que aquela prática de violência, deixe de acontecer dentro daquela residência”, concluiu.
Telefones para contato:
Conselho Tutelar I – (75) 3624-9960
Conselho Tutelar II – (75) 3614-3169
Conselho Tutelar III – (75) 3623-8117
Conselho Tutelar IV – (75) 3226-6753
Disque 100 – Violação de Direitos Humanos
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
Disque 190 – Polícia Militar
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Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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