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Em 2008, o Chelsea desperdiçou a chance de ganhar a Liga dos Campeões pela primeira vez na sua história ao ser derrotado nos pênaltis pelo Manchester United. Quatro anos mais tarde, em nova disputa nos pênaltis, o time inglês teve melhor sorte e conseguiu realizar o sonho da conquista inédita ao superar o Bayern de Munique neste sábado, na Allianz Arena, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.
Em sua segunda decisão na competição, o Chelsea ficou bem próximo de terminar novamente como vice-campeão. Thomas Mueller abriu o placar para o Bayern aos 37 minutos do segundo tempo e deixou os bávaros a um passo da conquista. Mas Drogba acertou uma cabeçada aos 44 minutos e adiou a decisão.
Na prorrogação, Drogba fez com que o Chelsea corresse o risco de ficar novamente em desvantagem ao cometer pênalti em Ribery. A sorte do marfinense é que Robben não foi capaz de aproveitar a oportunidade e teve sua cobrança defendida pelo goleiro Peter Cech.
Com a derrota, o Bayern se iguala a Juventus e Benfica como os times que mais vezes foram derrotados na decisão da Liga dos Campeões, com cinco vice-campeonatos cada. Além disso, desperdiçou a chance de se tornar a terceira equipe a comemorar o título da competição dentro do seu estádio. A última vez que isso aconteceu foi em 1965, quando a Inter de Milão superou o Benfica no Giuseppe Meazza por 1 a 0, com gol do brasileiro Jair.
Comandante do Chelsea desde março deste ano, quando o português André Villas-Boas foi demitido, Roberto Di Matteo permitiu à Itália se isolar no topo da lista de países com o maior número de técnicos vencedores da Liga dos Campeões com dez conquistas, uma a mais do que as dos espanhóis.
O jogo
O Bayern tomou a iniciativa tão logo o árbitro apitou o início da partida. A primeira boa chance aconteceu logo aos cinco minutos, quando Toni Kroos recebeu passe na entrada da área e chutou de primeira. A finalização passou à direita do gol defendido por Cech. Sete minutos mais tarde, Ribery cruzou da esquerda para dentro da área. Mario Gomez se antecipou à defesa inglesa e conseguiu desviar, mas a bola passou por cima.
Sem diminuir o ritmo e dominando a posse de bola, os alemães continuaram sufocando o adversário. Aos 18 minutos, Mario Gomez recebeu na pequena área, de frente para o gol, mas preferiu tentar mais um drible e acabou perdendo o domínio da bola. No ataque seguinte, Robben invadiu a área pela esquerda e chutou cruzado com força. Cech fez a defesa, e a bola ainda beliscou na trave. Mario Gomez ainda tentou aproveitar o rebote
Outra boa chance do Bayern aconteceu aos 36 minutos. O cruzamento pela esquerda de Contendo encontrou Thomas Mueller próximo da marca do pênalti. O meia concluiu o lance com um belo voleio de primeira, mas a bola passou à direita do gol inglês.
A primeira finalização certa do Chelsea aconteceu aos 36. Bertrand cruzou Drogba passou de calcanhar para Lampard na meia-lua. O meia enxergou a entrada de Kalou pela direita e acionou o atacante, que bateu cruzado e obrigou Neuer a fazer boa defesa.
O Bayern ainda teve a última chance do primeiro tempo, mas Mario Gomez desperdiçou novamente e chutou por cima, sem assustar os ingleses. Apesar de ter finalizado 13 vezes contra apenas duas do rival e de ter 60% de posse de bola, a equipe alemã não conseguiu encontrar o gol. O placar permaneceu inalterado no intervalo.
O panorama do jogo não mudou muito no retorno do intervalo. O Bayern continuou se fazendo mais presente no ataque, enquanto o Chelsea seguia recuado e fazia de tudo para se segurar. O time alemão até conseguiu balançar as redes aos oito da segunda metade, quando Ribery aproveitou o rebote de um chute de Robben que a defesa do Chelsea desviou. Mas a arbitragem viu impedimento do francês e anulou o gol.
A pressão do Bayern demorou, mas finalmente surtiu efeito aos 37 minutos da etapa complementar. Schweinsteiger dominou na direita e cruzou na segunda trave. A bola encontrou Thomas Mueller, que cabeceou para o chão e conseguiu encobrir Cech. Foi o primeiro gol de um jogador alemão em uma final da Liga dos Campeões desde Stefen Effenberg (também pelo Bayern) em 2001.
A julgar pelo domínio que o Bayern exerceu sobre o adversário durante toda a partida, o título parecia ser apenas questão de tempo. Mas Drogba apareceu no fim para acabar com a festa da torcida alemã. O atacante marfinense se antecipou à defesa rival e completou o escanteio cobrado por Mata na primeira trave com uma forte cabeçada.
Com o marcador apontando novamente igualdade entre as equipes, a decisão do campeão foi para a prorrogação. Herói do empate do Chelsea, Drogba derrubou Ribery por trás dentro da área logo aos dois minutos do tempo-extra. O pênalti foi assinalado, mas Robben cobrou mal e não conseguiu aproveitar a chance. Cech caiu no canto esquerdo e fez a defesa.
O cansaço natural fez com que as duas equipes fossem diminuindo o ritmo no decorrer da prorrogação. Ainda assim, o Bayern teve duas outras boas chances para voltar a ficar em vantagem. A primeiro foi com Olic, logo aos dois minutos da segunda metade do tempo extra. O atacante croata aproveitou ótimo lançamento de Lahm e tocou na saída de Cech. A bola passou bem perto da trave. Seis minutos mais tarde, foi a vez de Robben errar o alvo e desperdiçar a oportunidade de gol.
O gol não voltou a acontecer. Pela décima vez na história da Liga dos Campeões, a decisão foi para a disputa de pênaltis. Primeiro a cobrar pelo Chelsea, Mata teve sua cobrança defendida por Neuer. Mas o time inglês contou com os erros de Olic e Schweinsteiger na sequência para ganhar a disputa e comemorar o título inédito. As informações são do IG