Pesquisa

Metade dos profissionais se sentiu prejudicada em processos seletivos, aponta pesquisa

Levantamento revela que mulheres, pessoas pretas, pessoas com deficiência e profissionais mais qualificados foram os que mais se sentiram em desvantagem na disputa por um emprego.

Metade dos profissionais se sentiu prejudicada em processos seletivos, aponta pesquisa Metade dos profissionais se sentiu prejudicada em processos seletivos, aponta pesquisa Metade dos profissionais se sentiu prejudicada em processos seletivos, aponta pesquisa Metade dos profissionais se sentiu prejudicada em processos seletivos, aponta pesquisa

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Mulheres, pessoas pretas, pessoas com deficiência e profissionais mais experientes e qualificados foram os que mais se sentiram afetados em processos de recrutamento e seleção, revelou uma pesquisa da Vagas.com, empresa de soluções tecnológicas de recrutamento e seleção, e da Talento Incluir, que atua na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A pesquisa, feita com mais de 3,2 mil candidatos entre 6 de fevereiro e 13 de março, mostra que 50% dos candidatos respondentes se sentiram prejudicados em dinâmicas seletivas. Dentro desse grupo, 54% são mulheres, 55% são pessoas pretas, 59% são pessoas com deficiência, 64% são pessoas com mais de 55 anos e 59% são pós-graduados.

Ao serem questionados sobre os motivos da discriminação, os candidatos afirmaram as seguintes razões:

idade (37%)
local de moradia (15%)
raça/etnia (12%)
estilo e condição social (11%, cada)
peso (10%)
faculdade que frequentaram (9%)
gênero (6%)
religião ou crença (5%)
deficiência (1%)

Discriminação de colegas

Outro aspecto abordado com os candidatos foi referente à discriminação de colegas de trabalho. Os que afirmaram ter vivenciado esse tipo de situação representaram 43%. Desse total, 48% são mulheres, 48% são pessoas pretas, 65% são pessoas com deficiência e 47% têm idade de 36 a 40 anos.

Entre os motivos apontados, destacam-se a idade (20%), condição social (19%), estilo (16%), raça e local que mora (11%, cada), peso e religião (10%, cada), gênero (9%), orientação sexual (6%), faculdade que estudou (5%), idioma ou sotaque e altura (4%, cada) e deficiência (2%).

A pesquisa também procurou saber se os episódios de exclusão são constantes. Houve mais de uma ocorrência em 25% dos casos, 10% em apenas um caso e 8% dos episódios acontecem frequentemente.

Ainda de acordo com esse mesmo grupo, esses episódios causaram danos psicológicos (13%), danos sociais (10%), dificuldades no trabalho (7%), comprometimento do senso crítico e ético (4%), dificuldades na aprendizagem (3%), desvios comportamentais (2%). Nenhum somou 16%.

PCDs sofrem com discriminação

As pessoas com deficiência também sofrem com a discriminação no mercado de trabalho. Mais da metade (59%) dos respondentes se sentiram prejudicados em processos seletivos, ante 50% da base total de candidatos.

Os PCDs acreditam que a deficiência (74%) é a principal barreira para conquistar uma vaga de trabalho. Também são mais representativos (65%) em exclusão de colegas de trabalho contra 57% do total de candidatos respondentes.

A frequência constante dos episódios também é maior para eles: 19% ante 8% da base de candidatos. Em contrapartida, sentem que as empresas onde trabalham possuem programas de diversidade (59%), contra 31% dos demais candidatos. E também conhecem mais beneficiados por ações afirmativas: 46% contra 23% do restante.

Sem programas de diversidade

O levantamento mostra ainda que a maioria das empresas não possui programas de diversidade e não está totalmente preparada para lidar com o assunto.

A maioria dos profissionais de RH (60%) afirmou que a empresa onde trabalham não possui um programa de diversidade. E aqueles que informaram que contam com a iniciativa (40%), as ações são voltadas, em sua maioria, a pessoas com deficiência (88%) e jovem aprendiz (84%).

Para 62% dos profissionais de RH respondentes, as empresas onde trabalham não estão totalmente preparadas para lidar com a diversidade.

Outros 25% acreditam que as companhias onde atuam não estão aptas a tratar do tema, enquanto 3% não souberam opinar. Somente 10% desse público profissional afirmou que suas corporações estão prontas para essa questão.

Entre as dificuldades apontadas, aparecem preconceito ou falta de informação (48%), aceitação e respeito dos gestores (25%), aceitação e respeito dos colegas (14%), falta de preparo da área de recursos humanos (9%), discriminação (4%).

A maioria dos especialistas de RH (55%) acreditam que as ações afirmativas (medidas para eliminar desigualdades) relacionadas à diversidade podem compensar perdas provocadas pela discriminação. Para 27%, não é possível, enquanto 18% não opinaram. Ainda sobre as ações afirmativas, os profissionais de RH acham que elas impactarão o mercado.

Fonte: G1