Concurso

Projeto de lei prevê cota para negros em concursos públicos

Projeto prevê reserva de 10% das vagas para negros ou pardos. Medida tem apoio de advogado do movimento negro da cidade.

Projeto de lei prevê cota para negros em concursos públicos Projeto de lei prevê cota para negros em concursos públicos Projeto de lei prevê cota para negros em concursos públicos Projeto de lei prevê cota para negros em concursos públicos

Acorda Cidade

A Câmara de Vereadores de Londrina, no Norte do Paraná, discute na tarde desta quinta-feira (10) a obrigação de reservar 10% das vagas dos concursos públicos do município a negros ou pardos. O projeto de lei é do vereador Tito Valle (PMDB). Mas, para ele, “a mudança não é a solução de um problema secular”.

O texto do projeto 78/2011 prevê a instalação de uma comissão para avaliar os casos em que candidatos se declararem negros ou pardos. “[A comissão] vai emitir pareceres”, explica Valle. Dos 19 vereadores de Londrina, “cinco se declaram afrodescendentes”, mas não se sabe ainda quantos, ao todo, devem votar a favor.

Ainda de acordo com o vereador, Londrina foi a primeira cidade do Paraná a aprovar o feriado do dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra. “O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão, há mais de 120 anos. Não podemos esperar mais 200 anos (…) para discutir a questão das oportunidades”. Em Londrina, onde há entre 50 e 60 agências, não haveria negros trabalhando na função de caixa de banco.

Para o presidente da Federação Umbandista do Paraná e advogado do movimento negro em Londrina, Oscar do Nascimento, “ultimamente o negro está lutando para a sobrevivência como cidadão. (…) [O negro] foi tirado da casa grande e senzala e colocado na favela. (…) [O projeto de lei] é uma questão de cidadania”.

Nascimento diz que é preciso avaliar o descompasso entre negros e brancos nas “universidades, forças armadas, na Assembleia Legislativa do Paraná e outros estados, o próprio Congresso Nacional”. Aos 81 anos, lembra que foi o único negro em uma turma de economia da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e quando cursou direito, em Londrina, tinha um colega negro.

O projeto ainda deve passar pela segunda discussão e redação final para ser votado. As informações são do G1