Expulsão

Unifan realizará mais uma reunião para tratar sobre estudante que publicou comentários racistas em rede social

Cursando o 7º semestre do curso do Direito, ela não se encontra mais no quadro de estudantes da faculdade.

Unifan realizará mais uma reunião para tratar sobre estudante que publicou comentários racistas em rede social Unifan realizará mais uma reunião para tratar sobre estudante que publicou comentários racistas em rede social Unifan realizará mais uma reunião para tratar sobre estudante que publicou comentários racistas em rede social Unifan realizará mais uma reunião para tratar sobre estudante que publicou comentários racistas em rede social
Foto: Reprodução/Twiiter
Foto: Reprodução/Twiiter

A Unifan promoverá discussões para tratar sobre o caso da estudante acusada de publicar comentários racistas no Twitter e que teve os prints compartilhados em outras redes sociais e no WhatsApp, na terça-feira (20). No mesmo dia, uma manifestação de alunos pediu a expulsão da discente, pedido este que está sendo atendido. O centro universitário também encaminhou o caso ao Ministério Público.

Cursando o 7º semestre do curso do Direito, ela não se encontra mais no quadro de estudantes da faculdade, porém o processo de expulsão não é simples e está em andamento. Conforme explicou a assessoria de comunicação da instituição ao Acorda Cidade, na tarde de hoje (21) haverá uma reunião para tratar sobre o procedimento.

Foto: Reprodução/Twitter

Geralmente, as instituições seguem seu próprio código de conduta para a tomada de decisões envolvendo alunos e funcionários. A Unifan já se pronunciou por meio de nota que adotará as administrativas e legais cabíveis. A faculdade declarou também que os conteúdos das postagens não condizem com os valores e políticas da instituição (confira no final da matéria).

Tudo começou quando a estudante comentou: “Odeio Lula porque ele inventou o Fies e colocou um monte de desgraça na minha faculdade”. O post foi comentado por outros alunos que concordaram.

A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Feira) publicou uma nota de repúdio se posicionando sobre o caso e destacou que racismo é crime previsto na Lei n° 7.716/89, punível com reclusão de um a três anos e multa. Confira na íntegra:

Nota de repúdio

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A comissão de Igualdade Racial da OAB/BA Subseção Feira de Santana vem, por meio desta nota, manifestar repúdio em relação aos atos de racismo e preconceito de classe socioeconômica protagonizados por alunos de uma instituição privada de ensino superior da cidade de Feira de Santana, e que veio a público no dia de hoje, 20 de setembro de 2022. Conforme prints que circulam em grupos de whatsapp e veículos de imprensa, alunos criticam políticas afirmativas e de democratização de acesso ao ensino superior por possibilitar a inserção de pessoas pretas e pobres.

No ano em que a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) completa 10 anos, é triste e repugnante nos depararmos com atitudes como essa. Cumpre lembrar que as políticas afirmativas de acesso à educação superior (Lei de Cotas, Prouni e Fies) são um importante instrumento de reparação da desigualdade que nasceu com a colonização do Brasil. A estrutura econômica da sociedade brasileira é racialmente construída, e o acesso à educação superior é uma das formas de transformar essa estrutura.

Lembramos ainda que racismo é crime previsto na Lei n° 7.716/89, punível com reclusão de um a três anos e multa. É um crime sério e violento que pode levar a outros crimes, como agressão física e homicídio, e políticas eugenistas que nos matam todos os dias. Reforçamos, por fim, a importância da adoção de práticas antirracistas por parte de todas as instituições da sociedade, principalmente as entidades de ensino.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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