Ney Silva
Feira de Santana
Rede particular: professores aguardam assembleia em Salvador para decidir se entram em greve
A possibilidade de greve não está descartada. Após a assembleia em Salvador haverá mais uma reunião em Feira de Santana para definir os novos rumos do movimento.
A greve na rede particular de ensino em Feira de Santana ainda não está definida. Reunidos na tarde desta segunda-feira (28) na sede do Sinpro (Sindicato dos professores de Escolas Particulares), representantes da categoria decidiram que vão fazer mobilização a partir desta terça-feira (29) para aguardar a decisão da assembleia, marcada em Salvador, na mesma data.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o professor Marialvo Barreto, diretor da entidade, informou que os donos das escolas particulares apresentaram como proposta, o reajuste de 5,5% e não aceita discutir o hora/extra classe.
Marialvo disse que a possibilidade de greve não está descartada. Após a assembleia em Salvador haverá mais uma reunião em Feira de Santana para definir os novos rumos do movimento.
“Estamos em um processo de construção de uma paralisação. Não vamos atropelar, vamos amadurecer juntos, porque se houve uma greve, Feira de Santana também poderá aderir”, disse.
Os professores reivindicam o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) de 4,48% e 10% de ganho real, totalizando reajuste de 14,8%, além da hora/extra classe.
Segundo ele, um professor da rede particular de ensino tem um volume de trabalho em casa gigantesco.
“Um professor que dá 20h de aulas na escola, tem mais 20h de trabalho em casa e se não levar o trabalho tem coordenador e diretor no pé, chamando-o de irresponsável”, informou.
Salário
O salário varia muito de escola para escola, mas o piso salarial do professor de escola particular é de R$ 4 a hora aula – o equivalente a um salário de R$ 565, para os professores primários.
“Isso causou um pé de guerra nas escolas, porque há contadores que colocaram o valor de um salário mínimo e teve escola que não aceitou. Tem alguns proprietários de escolas que são verdadeiros senhores de escravos,” desabafou Marialvo.
Segundo ele, há condições de entrar em greve, mas em Feira de Santana existe a tradição de só entrar organizadamente, isto é, com várias as escolas de uma só vez, e não de forma isolada.
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