Enem

Questão do Enem com gasolina com 'z' tem contexto histórico, diz MEC

Pergunta mostra charge sobre o governo JK do cartunista Théo.

Acorda Cidade
 
Agência Brasil – Uma questão na prova de ciências humanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) despertou vários comentários nas redes sociais. A questão trata de uma charge que ironiza a política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubistchek.
 
Na charge, o ex-presidente aparece conversando com um personagem chamado Jeca. No texto do quadrinho, a palavra gasolina aparece grafada com a letra z no lugar do s. O diálogo é o seguinte: "JK – Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Que mais quer?. JECA – Um prato de feijão brasileiro, seu doutô". O texto é de autoria do chargista Théo e foi retirado do livro Uma História do Brasil através da Caricatura (1840-2001). 
 
No Twitter, os usuários fizeram piada da grafia da palavra. Um deles diz: "Aprendi no ENEM que escrevi 'gazolina' errado a minha vida toda!". Outro comentou: "#AprendiNoEnem que se baixarem minha nota na redação porque eu coloquei gazolina com 'z' eu armo um barraco!".
 
Também em publicação no microblog, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) diz que a questão do Enem não está errada. Segundo a autarquia, responsável pelo exame, "gasolina grafada com a letra 'z' respeita integralmente os direitos autorais da charge publicada", e ainda, "na mesma charge, a palavra doutor é grafada da seguinte forma: 'doutô', também respeitando integralmente os direitos autorais".  
 
Hoje (26), os candidatos fizeram questões de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e de ciências da natureza (química, física e biologia). A questão que provocou os comentários está na prova de ciências humanas e suas tecnologias.
 
O Professor Sérgio Nogueira, colunista do G1, afirma que a palavra nunca foi escrita com "z", nem mesmo na época em que a charge foi publicada, em 1960. "Antes de 1943, não havia registro das palavras. Mas depois aconteceu a reforma ortográfica. Pode ser uma ironia do chargista", conta. 

Com informações do G1.