Um grupo de mães realizou, na manhã desta quinta-feira (29), uma manifestação reivindicando melhorias na Escola Municipal Maria Helena de Queiroz, em Feira de Santana. A longa lista de reclamações mostra que a unidade, localizada no conjunto da Fraternidade, conta com problemas estruturais, poças de lama, brinquedos quebrados e mato alto em áreas de lazer e circulação.
Algumas mães confessaram que, além do receio de os alunos serem atacados por algum animal peçonhento, devido ao “matagal” presente na escola, as crianças convivem diariamente com ambientes mal higienizados. Uma das reclamações mais comuns é que, frequentemente, a unidade fica sem itens básicos de limpeza.
Falta papel higiênico
“Uma vez, foi comunicado que tinham de liberar os alunos às 10h porque não havia papel higiênico e as crianças queriam usar o banheiro sem ter como se limpar. O fundo da escola está cheio de mato, a ponto de um inseto morder alguma criança. Tem sala que o forro está caindo”, disse Daniela Alves, após afirmar que o filho de 10 anos reclama constantemente da estrutura da escola.
“A escola tem que melhorar de maneira geral. Ela está precisando de uma manutenção geral. Já tem muitos anos que essa escola continua a mesma coisa. É sempre promessa e nada se resolve”, complementou Lorena, afirmando que a filha de quatro anos está há cerca de um ano na escola.
Problemas profundos
Jaqueline Oliveira, que tem um filho estudante na Maria Helena de Queiroz, explicou que a escola tem problemas profundos e que mães e pais convivem há muitos anos com reclamações vindas dos próprios alunos.
“Estamos indignados porque isso não é de agora, isso é de sempre. A gente precisa de um basta. Tem banheiro interditado, água na frente da escola, cadeiras faltando, falta de professor e cuidadores, não tem área de lazer, matagal na frente, no fundo e nas laterais. Tem espaço para poder ampliar as salas e não ampliam, falta sinalização de trânsito na frente da escola, as crianças passam em tempo de serem atropeladas e o fardamento ainda não chegou”, disse Jaqueline.
Sem sinalização
Marinalda Soares faz parte da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência e participou do ato depois de receber um convite do grupo de mães. Ao Acorda Cidade, ela ressaltou que a presença na manifestação reforça a ideia de que existem vários tipos de violência.
“Nós fazemos esse tipo de pauta porque uma má educação, falta de estudo e uma escola sem decência para os alunos também é uma violência. Essa escola não está funcionando direito, tem buraco na frente da escola, uma mãe caiu aqui ontem e está com a boca toda quebrada, tem lixo na frente da escola”, disse.
Marinalda afirmou que o secretário de educação de Feira de Santana, Pablo Roberto, tem conhecimento das verificações do grupo, que já conta com cerca de 100 representantes de alunos da escola. Ela também explicou que servidores da pasta, representando o secretário, marcaram uma visita à unidade para conversar com a direção.
Veja o vídeo da manifestação
“Mas não chamaram os pais para fazer comissão, para estar lá presente. Ontem estiveram aqui, mas não chamaram os pais para poder escutar o que eles falaram. Então, isso para mim foi uma coisa para a gente se calar, não fazer este manifesto hoje. Mas viemos, porque se ele [secretário] vai vir, ele tem que estar aqui com a gente para o povo escutar o que ele tem a falar e ele escutar o que estamos aqui reivindicando”, concluiu Marinalda.
O que diz o secretário de Educação
Ao Acorda Cidade o secretário de Educação, Pablo Roberto, informou que está ciente dos problemas estruturais da escola e se comprometeu a realizar as intervenções necessárias. Ele recebeu uma ligação do diretor da escola informando que haveria a mobilização dos pais.
A escola precisa de reforma, ampliação e adequação devido à alta demanda de alunos na região. Pablo informou que equipe da Superintendência de Manutenção (Soma) já está buscando um terreno para ampliar as unidades escolares no local. Durante a reforma, os alunos serão realocados para outro espaço para garantir a continuidade dos estudos.
Ele disse que secretaria espera ter um posicionamento sobre as ações a serem tomadas já na próxima semana.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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