Laiane Cruz
Os professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana realizaram mais uma mobilização na Câmara de Vereadores, na manhã desta segunda-feira (3). A categoria acompanhou a sessão e pediu pela continuidade da regência de classe e a reserva de 15% da carga horária para planejamento escolar. De acordo com a APLB, sindicato que representa os professores, na rede estadual, por exemplo, os professores recebem 31,18% de regência de classe.
Outro motivo de protesto foi o projeto do executivo, votado em regime de urgência, que altera o regime da previdência para os professores, e o artigo de maior polêmica é o que limita o tempo de licença saúde para seis meses.
“Esse projeto 002/ 2017 altera o enquadramento para a aposentadoria e a mudança de referência de três anos para seis, e ainda para ficar doente de licença médica são só seis meses, retirando de dois anos para seis meses. E o nosso entendimento é que a licença médica tem que se fazer perícia a cada seis meses. Somente três trabalhadores ficaram a favor dos trabalhadores, pois essa câmara não representa o povo, representa os interesses do executivo”, declarou a presidente da APLB, Marlede Oliveira.
O líder no governo na Casa Legislativa, vereador José Carneiro, negou que o governo municipal esteja retirando 15% da regência de classe e reserva de carga horária dos professores. De acordo com ele, a lei federal exige que o professor tenha reserva de carga horária de 15% para elaboração de projetos e outras atividades extra classe. No entanto, pela falta de profissionais para trabalhar na reserva de carga horário, os professores de Feira de Santana são remunerados.
“Se o governo hoje entende que esses 15% não serão remunerados daqui algum tempo e vai colocar professores para atender esses 15% da reserva de carga horária eu não vejo que isso seja o fim do mundo, porque a lei é clara. Mas, por enquanto, que o governo não tem mão de obra para suprir essa reserva de carga horária, os professores estão sendo remunerados. Mas, a partir do momento que o governo contratar professores para ocuparem esses 15%, os outros deixam de ser remunerados e terão folga de 15% das horas”, afirmou.
Ele esclareceu ainda porque durante a sessão apresentou uma emenda e depois a retirou. “Eu apresentei uma emenda. O projeto baixou as comissões e isso ganha tempo para ser votado. A nossa emenda se refere aos cinco anos necessários para ganhar estabilidade econômica. No artigo afirmava que o servidor público que ocupar cargo de confiança para ganhar estabilidade precisa permanecer por cinco anos contínuos no cargo de maior remuneração. Porém existia um inciso no artigo que acompanhava a lei anterior e dizia que o servidor ficaria por dois anos. Eu então fiz uma emenda equiparando o inciso ao artigo. Fui à procuradoria e fiquei sabendo que esse inciso já teria sido excluído da lei. Então não tinha razão para manter a nossa emenda”, disse.
Sobre a votação do projeto da previdência, o vereador Alberto Nery (PT) disse que se tratou de um golpe contra os trabalhadores.
“O projeto não estava pautado. A pauta é feita antecipadamente e divulgada na quarta-feira, ele não estava. E no dia de hoje foi votado um requerimento para que o projeto fosse votado em regime de urgência. Eu acho que ficou bem claro que o poder público municipal interferiu diretamente na votação e pode prejudicar uma negociação com os professores. E a greve pode continuar, prejudicando o ano letivo”, informou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.