Os professores da rede municipal de Feira de Santana voltaram a se mobilizar. Em assembleia realizada nesta segunda-feira (26), a categoria rejeitou a proposta de reajuste salarial encaminhada pela gestão municipal e decidiu intensificar as mobilizações. O próximo ato está marcado. Os trabalhadores estarão na Câmara Municipal para acompanhar de perto a tramitação do projeto nesta terça-feira (27).
A principal queixa dos educadores é o percentual proposto pelo governo de 5,53%. O valor, segundo a categoria, está abaixo do piso nacional do magistério, fixado em 6,27%, conforme estabelece a Lei Federal 11.738. Desde a última terça, dia 20 de maio, a categoria está em estado de indicativo de greve.
“Ele mandou esse reajuste para o servidor público igualando todo mundo. Não aceitamos. Já tínhamos dito na audiência com o secretário”, afirmou a presidente da APLB, professora Marlede Oliveira, em entrevista ao Acorda Cidade.
Além do reajuste, a categoria também cobra que o município regularize a carga horária dos professores contratados via Reda (Regime Especial de Direito Administrativo). A justiça já suspendeu a portaria do governo municipal.
“Ganhamos um aliminar derrubando a portaria e o governo retrocedeu. Só garantiu, manter do início, a reserva da carga horária para os professores efetivos, quem tem 20h, 13h em sala de aula e 40h, 26h. E o Reda ele colocou com a carga horária que vinha do início do ano, que é sem reserva de carga horária. Nós não aceitamos, então por isso a luta continua mobilizada”, reforçou Marlede.
O impasse também envolve o compromisso da gestão em apresentar uma solução. Segundo a presidente da APLB, o secretário de Educação, Pablo Roberto, pediu prazo até quarta-feira (28) para avaliar o impacto da adequação da carga horária dos profissionais do Reda. Uma nova rodada de negociações está prevista para quinta-feira (29).
Na visão da categoria, a proposta de reajuste é inaceitável. Marlede destacou que outros municípios da região estão adotando percentuais bem acima do piso nacional.
“Todos os municípios deram o piso nacional aos professores de 6,27%, porque é a lei nacional. Todo ano o MEC divulga o valor. O Estado mesmo agora está pagando 6,27% retroativo a janeiro aos professores. No entanto, têm município como Coração de Maria não deu 6,27, deu 10%. Tem município que deu 12%, mas Feira de Santana deu menos ainda”, afirmou.
A expectativa dos educadores é de que a presença na Câmara Municipal nesta terça-feira pressione os vereadores a reavaliar o projeto enviado pela prefeitura. A própria categoria já sinaliza que há emendas sendo construídas para tentar corrigir o valor enviado no texto.
“Estamos sabendo que já tem emenda lá contra essa proposta do governo, que colocou errado o valor do piso dos professores”, concluiu Marlede.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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