Educação

Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco

O evento reúne 288 participantes de 25 estados brasileiros e dos seguintes países: Argentina, Colômbia, Paraguai e México.

Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco

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O professor de Geometria em Feira de Santana, Brunno Dantas, teve seu projeto aprovado para a 26ª edição da Ciência Jovem, feira de ciências realizada pelo Espaço Ciência, localizado no município de Olinda, em Pernambuco. O trabalho se chama ‘Geometrizando com Eratóstenes: Investigando a esfericidade da Terra’ e concorre na categoria Educação Científica, destinada a professores que realizam experiências exitosas em sala de aula. O evento reúne 288 participantes de 25 estados brasileiros e dos seguintes países: Argentina, Colômbia, Paraguai e México.

“Pesquisa do Datafolha demonstra que cerca de 7% dos brasileiros acreditam no terraplanismo. Nas aulas para o 7° Ano, constatei que alguns estudantes acreditam nessa teoria. Assim, vislumbrei a possibilidade de proporcionar uma nova prática pedagógica, envolvendo a investigação científica e agregando recursos digitais. Utilizei um conjunto de fatores: objeto do conhecimento; ferramentas digitais; e calculadora dinâmica geométrica GeoGebra, como preconiza a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Demonstrar que Eratóstenes [matemático, gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e astrônomo grego], utilizando conceitos de ângulos, alguns dados e cálculos simples, refutou eficientemente a teoria do terraplanismo há mais de 2.000 anos é um modo de comprovar a confiabilidade do conhecimento científico”, afirmou o professor, que ensina na Escola João Paulo I (JPI). 

O objetivo geral do projeto é medir a circunferência da Terra, a fim de demonstrar que ela é esférica, através dos conceitos de ângulos formados por retas paralelas interceptadas por uma transversal, utilizando a ferramenta GeoGebra. Brunno Dantas pontua que os objetivos secundários do trabalho são: Proporcionar aos estudantes uma nova prática pedagógica no estudo de ângulos e retas; Desenvolver etapas de uma investigação científica; Aprender sobre a calculadora GeoGebra; e Reproduzir a investigação de Eratóstenes sobre a medida da circunferência da Terra. 

Através da metodologia estabelecida, foi possível chegar a um resultado aproximado do de Eratóstenes. O projeto permite aprendizagem dinâmica dos conceitos geométricos, realização de experiência científica e desconstrução dos conceitos anticientíficos. O trabalho proporciona ainda o aprendizado da utilização das ferramentas GeoGebra e Google Maps, prática pedagógica inovadora e bastante potencializadora para a área de exatas. 

“Precisamos valorizar o empenho dos professores e estudantes que, mesmo com as dificuldades surgidas do isolamento social, persistiram na realização de suas pesquisas”, afirma o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão, ao site do local. A 26ª Ciência Jovem vai ser realizada de 9 a 11 de novembro no modo remoto. 

Mais sobre o desenvolvimento do projeto em sala de aula remota 

Nesse experimento os alunos, sempre orientados por Brunno Dantas, mediram o tamanho da circunferência da Terra através das relações entre os ângulos e da proporção. Eles refizeram o trabalho realizado por Eratóstenes, o primeiro a conseguir tal feito, aproximadamente em 220 a.C.; utilizaram o Google Maps para obterem a imagem da Terra com os pontos de localização das cidades de Syene [atual Assuã, também conhecida como Aswan] e Alexandria [ambas no Egito]; a calculadora GeoGebra on-line, para montar a relação entre o Sol e a Terra; e os ângulos formados pela incidência do Sol na Terra, como afirmam as estudantes Bianca Bergossi e Maria Fernanda Bastos. 

Diante de informações e somadas a distância entre as duas cidades, foi possível estabelecer uma relação de proporção e chegar ao tamanho da circunferência da Terra. “Algo simples de ser calculado hoje, mas de grande genialidade em 220 a.C., além de relevante para a humanidade”, conclui o professor, que é licenciado em Matemática, pelo Centro Universitário Claretiano; pós-graduando em Matemática na Prática, pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA); tecnólogo em Sistemas para Internet, pela Faculdade Anísio Teixeira (FAT); e pós-graduado em EaD (Ensino a Distância), pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).