Educação

Pais e alunos pedem desocupação de escola estadual em Feira de Santana

Segundo o grupo de alunos que ocupa a escola, o movimento é contra a PEC 55, que limita os gastos públicos durante vinte anos, a Escola sem Partido e a Reforma do Ensino Médio

Laiane Cruz

Pais e alunos do Colégio Estadual Luís Viana Filho estão preocupados com os rumos da ocupação na unidade de ensino, que ocorre desde o dia 7 de novembro. Eles afirmam que não estão de acordo com o movimento dos estudantes, que ameaça o fim do ano letivo.

A mãe de aluno Isabel Souza pede o fim da ocupação. Ela conta que os manifestantes estão restringindo a entrada de pessoas no colégio e quer a transferência do filho. “Eu estou a favor que os alunos voltem para a sala de aula, principalmente o meu. Nem dentro do colégio eles deixam a gente entrar; eles pedem RG e CPF pra gente entrar no colégio. A diretoria está fechada, porque se o diretor abrir corre o risco de eles invadirem lá.

Mãe de dois alunos na escola, Marilene da Silva afirma que alguns pais e alunos estão planejando ter aulas ao ar livre, no espaço da igreja católica do bairro, para compensar os dias perdidos. “Essa ocupação está prejudicando alunos que querem as aulas, que estão com deficiência, que vão terminar o ano e prestar vestibular, os professores, que querem dar aula e eles não deixam entrar. É momento de prova, de finalização de matrícula. Eu estou pensando em tirar minha filha do colégio, porque eles dizem que não tem término essa ocupação, só de quarenta alunos. Muitos pais e alunos não estão a favor e querem que voltem as aulas”, protestou Marilene da Silva.

Ela confirmou que as pessoas que pedem para entrar na escola estão sendo revistadas. “Eles pedem RG e CPF, e olham se a gente está com alguma coisa para poder entrar no colégio. Dizem que são os donos, que eles estão ocupando, e nós que somos pais e alunos não temos o direito de usufruir da escola. Estou muito preocupada, porque meu filho é menor e precisa ter aula”, disse.

Segundo o grupo de alunos que ocupa a escola, o movimento é contra a PEC 55, que limita os gastos públicos durante vinte anos, a Escola sem Partido e a Reforma do Ensino Médio. Já o professor e diretor do colégio, Eduardo Brito, enfatizou que não apoia a ocupação. Segundo ele, alguns projetos da escola e também o ano letivo podem ser prejudicados pela suspensão das aulas.

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As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.