Educação

Pais de estudantes da Escola Menino Jesus de Praga reagem a exclusão do 6º ano

O diretor do Núcleo Regional de Educação (NRE), Professor Ivamberg Lima, afirma que a responsabilidade do ensino fundamental é da secretaria de educação do município de Feira de Santana.

Daniela Cardoso

Pais de alunos reclamam do fechamento das turmas do 6º ano da Escola Menino Jesus de Praga, no bairro Sobradinho, em Feira de Santana. Regina Almeida de Jesus, avó de três alunos, afirmou que em outros colégios próximos à casa dela, não têm vagas. “Não tenho condições de pagar transporte para eles irem estudar em outros bairros”, disse. Elaine Pereira da Silva, mãe de aluno, também reclama da situação. “Se tirarem a série, ele vai estudar aonde? O governo só informa em cima da hora”.

O diretor do Núcleo Regional de Educação (NRE), Professor Ivamberg Lima, afirma que a responsabilidade do ensino fundamental é da secretaria de educação do município de Feira de Santana. Segundo ele, o diálogo com a secretária municipal, Jayana Ribeiro, está aberto desde o ano passado.

“A gente sabe que a própria lei de diretrizes e bases da educação, trabalhando a responsabilidade dos entes federados, município, estado e união, coloca que ensino fundamental é de responsabilidade do município. Pensando nisso e já numa política pactuada até 2020 de que o ensino fundamental irá para o município, o estado esse ano bloqueou o 6º ano das escolas exclusivas de ensino fundamental. Só deixamos em caso da área não ter outra escola que pudesse oferecer a série”, explicou.

Segundo ele, no caso da Escola Menino Jesus de Praga, existe, por exemplo, o colégio Assis Chateaubriand que é uma escola grande e que pode oferecer o 6º ano.

Ivamberg afirmou que é feito todo um estudo pela secretaria estadual na parte de reordenamento, para que os alunos não fiquem sem a oferta.

“Temos na cidade 44 escolas estaduais que oferecem fundamental e médio, todas essas escolas estão oferecendo o 6º ano. As outras séries continuam normalmente, sem mudanças”, informou.

A secretária de educação do município, Jayana Ribeiro, informou ao Acorda Cidade que não houve um acordo prévio com o estado para atender essa demanda do ensino fundamental II. Segundo ela, não houve um contato para conversar sobre o assunto, como informou o professor Ivamberg.

”Ele não conversou comigo sobre esse assunto. Em nenhum momento fui procurada e ele não sinalizou essa situação. No início do ano passado houve uma procura para a municipalização de algumas escolas, mas não mostramos interesse e eles mantiveram o funcionamento das escolas, mas em relação à desativação do 6º ano, nós não tivemos nenhuma informação. Vamos ter que verificar a situação de cada escola para saber se teremos como atender todos esses alunos. Eu não tenho a informação de quais bairros essas escolas que vão deixar de ofertar o 6º ano estão localizadas para que a gente possa fazer um planejamento”, afirmou.

Segundo Jayana, o município tem atualmente aproximadamente 2.550 vagas para novas matrículas, sendo que das 217 escolas municipais, 23 atendem o fundamental II. Desse modo, ela diz que pode coincidir, em algum momento, de ter determinados bairros com apenas uma escola com o fundamental II e que não atenda a demanda.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.