Ney Silva/Acorda Cidade
Um grupo de estudantes, que há uma semana ocupa o Restaurante Universitário e há três dias bloqueia os acessos de carros e pessoas ao campus universitário, não consegue chegar a um entendimento com a administração central da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e continua mobilizado. Eles reivindicam melhorias na estrutura do restaurante universitário chamado de “Bandejão” e o fim da alimentação paga no self-service.
O reitor José Carlos Barreto passou quase toda tarde de ontem (18) reunido com os demais integrantes da administração central da UEFS no Cuca (Centro Universitário de Cultura e Arte) analisando a proposta dos estudantes e elaborando uma contra proposta.
Por volta das 18h40h, o vice-reitor Genival Correia e um grupo de professores que apóia a reitoria chegaram ao portão de entrada do Campus Universitário para fechar um acordo com os estudantes. “Nós recebemos a contra proposta deles e fizemos uma nova proposta” afirmou.
José Carlos Barreto informou que nesta nova proposta da reitoria constam prazos para avaliação da pauta. Ele informou que os estudantes não têm uma resposta e propõe uma reunião que ele considera inviável por ser com todos que fazem parte do protesto.
“Estamos propondo a eles que o entendimento seja feito através de uma mesa de negociação com dez representantes de cada parte”, disse.
O estudante Claudio morais que faz parte do Coletivo Rapinagem, grupo que há oito dias ocupa o Restaurante Universitário informou que a contra proposta apresentada pela reitoria é apenas uma reedição da proposta anterior. “Essa proposta não contempla em nada nossa pauta”, afirmou.
Ele disse ainda que os estudantes vão realizar uma reunião nesta quinta-feira (19) ás 14h no Restaurante Universitário (RU) para avaliar a ocupação. É nessa reunião que eles querem a presença do reitor José Carlos Barreto e dos demais integrantes da administração da Uefs, porém não existe grau de confiabilidade muito menos de segurança para a participação dos dirigentes da Uefs devido o clima de hostilidade.
O reitor e os professores que o apóiam, defendem a proposta da reunião para a próxima terça-feira em um local estabelecido fora do prédio do restaurante.
A professora Maslowa Freitas, que juntamente com outros professores está solidária com o reitor José Carlos Barreto, informou que o protesto dos estudantes é muito diferente dos que já ocorreram nos últimos 35 anos da UEFS. “Estamos lidando com um pequeno grupo de estudantes que se autointitulam ”Coletivo Rapinagem“ que usurpam a representação de toda comunidade e quer falar em nome dela sem ter oportunizado uma discussão”, afirmou.
Maslowa que tem experiência acadêmica e sindical por ter sido ex-coordenadora da Adufs (Associação dos Docentes da UEFS) lamentou o clima de hostilidade de alguns estudantes do grupo.
“Testemunhamos ontem, este grupo escorraçar os integrantes do DCE- (Diretório Central dos Estudantes”, disse.
Na opinião dela os estudantes querem impor a reitoria uma negociação no local da ocupação, mas existe um receio que haja ataque a integridade física dos dirigentes da instituição.“Estamos aqui para contribuir que o diálogo seja reaberto, mas infelizmente essas tentativas tem sido frustradas” diz Maslowa.
Sem fechar um acordo para o fim da ocupação do RU e abertura dos acessos a Uefs, os manifestantes mantém imóveis, papelão, armários e outros objetos impedindo a circulação de carros e motos. Em um sofá na entrada principal da universidade, estudantes descansavam tranquilamente aguardando por uma solução.